Como vocês já devem ter percebido, nos Estados Unidos, o dia dos namorados acontece no dia de São Valentim, que foi no último domingo, dia 14 de fevereiro. O que explica esse lançamento apressado e fora de hora. Com a pirataria de hoje em dia não dá para adiá-lo até junho, quando é nosso dia dos namorados.

Ainda mais quando o filme rendeu muito, justamente porque segunda foi outro feriado lá, o President´s Day, passando dos R$ 109,8 milhões. A surpresa para mim é que a bilheteria não tenha refletido a decepção. Este novo filme de Garry Marshall, seu terceiro trabalho com Julia Roberts (Uma Linda Mulher, Noiva em Fuga) usou o velho truque de elenco all star (só estrelas) todos anunciados no cartaz. Mas não conseguiram escrever um roteiro decente, que fosse engraçado, divertido e romântico.

É tudo muito sem graça e é preciso ter muita boa vontade para acompanhar esta bobagem, em que até a Julia Roberts tem uma participação relativamente pequena. Ela é uma militar americana que está num avião onde engata uma conversa com o Bradley Cooper, até um finalzinho relativamente surpreendente para os dois.

A figura mais importante seria o simpático Ashton (esse sim se esforçando para passar certa alegria e entusiasmo), que faz um florista, já que todo mundo manda flores nesta data. Por isso as situações incluindo um menino que resolve mandar flores com suas economias para a garota de que ele gosta, outro momento inesperado.

Ele é mais ou menos o foco central de várias histórias que rolam em Los Angeles e arredores, de todos os tipos e faixas etárias. O ator fetiche do diretor latino, Hector Elizondo, faz o marido de muitos anos de Shirley MacLaine, que tem a infeliz ideia de lhe revelar uma infidelidade. Há dois doutores da série Grey´s Anatomy, o próprio Dempsey (como marido infiel) e Eric Dane (como um famoso campeão esportivo que tem uma revelação a fazer).

As duas Jessicas, Biel e Alba (sem particular destaque), os dois Taylors (o desajeitado Lautner e a cantora Swift), que são os que menos tem a fazer. Aliás, fique ligado no final, quando eles fazem piadinha e tem algumas outras cenas erradas ou supostamente engraçadas. O diretor Marshall faz aparição rápida como um dos músicos que iria tocar no quarto.

Nada me pareceu especialmente interessante ou divertido. Acho que o sucesso se deve a mistura de tanta gente famosa, fica irresistível e o filme não é nenhum Lobisomem, nenhum desastre. Mas como muitos já disseram, não é especialmente romântico, nem comédia.