Zezé Di Camargo & Luciano é uma das duplas sertanejas de mais sucesso no Brasil. Os goianos já estão na estrada há 19 anos e neste período venderam mais de 28 milhões de discos. Neste ano, eles lançam um novo trabalho para inflar ainda mais esses números.
Double Face é o nome do novo disco de Zezé Di Camargo & Luciano. Como sempre, a dupla inova e lança um CD com dupla face, seguindo o estilo dos antigos LPs. De um lado, o álbum terá um repertório de inéditas, já do outro terá uma seleção de clássicos sertanejos.
A primeira música de trabalho será a Tapa na Cara, que a dupla tocou no Altas Horas no último sábado, dia 17 de abril, pela primeira vez. Antes da gravação do programa, Luciano conversou com a nossa equipe sobre o novo disco e a polêmica que o single gerou. Confira a entrevista exclusiva do cantor.
Vocês preparam o lançamento do novo CD Double Face. O que os fãs podem esperar deste trabalho?
A temática nossa de sempre, falar de amor. Os dois disco, embora sejam sertanejos de épocas diferentes, trazem romantismo, um do nosso sertanejo pop e moderno e o outro do sertanejo da década de 80. Eu acho que a temática do Zezé Di Camargo & Luciano sempre vai ser falar de amor. Então, eles podem esperar romantismo, mas um disco muito alegre também.
Como surgiu a ideia de lançar um CD em dupla face, como nos antigos LPs?
O Zezé já tinha uma ideia de fazer um projeto de músicas que ele gostava de ouvir e tocar. Aí calhou, nesse momento da carreira, de lançar os dois juntos. O “Double Face” foi uma brincadeira que ele fez para mostrar as duas faces do Zezé Di Camargo e Luciano, que de repente poucas pessoas sabem. Nós estamos com 19 anos de carreira, muita gente não sabe que a gente tem esse sertanejo nas veias.
Como foi a seleção dos clássicos do sertanejo que formam o repertório do “Labo B” do CD?
Isso aí foi o Zezé. São músicas que ele sempre cantou. Como ele sempre fez, montou o repertório e eu não dei palpite. Eu acho que uma das particularidades que existe com o Zezé Di Camargo e Luciano é isso, cada sabe o seu papel dentro do trabalho, tem uma área que eu cuido, que eu entendo mais, não que eu saiba mais, e ele a área que ele entende mais. O Zezé é um cara que vive para música, respira música. Eu falo para ele: “sua primeira família é a música”. Então, é tudo dele. Ele que escolheu todas as músicas. Nesses 19 anos, mas uma vez, ele escolheu todas as canções para os dois CDS.
A primeira música de trabalho do disco é a Tapa na Cara. A letra da música está gerando uma polêmica por dizer que tapa na cara dói menos do que perder um grande amor. O que vocês têm a dizer sobre esse assunto?
Na verdade é uma expressão. Nesses dias eu entrei em um blog que umas meninas postaram que a gente estava incentivando a violência. Eu me identifiquei e postei a minha opinião educadamente dizendo que a gente não está incentivando a violência, nós estamos apenas usando uma força de expressão: tapa na cara dói menos do que perder você. O “tapa” que estamos falando não é o tapa físico, é aquela coisa de saí fora. Isso já é tipo um tapa de pelica. É isso que a gente quer mostrar na música. Eu também falei que tem tantas outras músicas aí que realmente incentivam a violência. E ela hoje está explicita muito mais na internet. Quando você entra em um site, as pessoas deveriam se responsabilizar pelo conteúdo e não deixar comentários maldosos. Críticas de trabalho tudo bem, agora comentários maldosos e rixas entre uns e outros. Eu até dei uma dica para eles lerem a biografia da Clarice Lispector, que é um livro maravilhoso. Aí eles vão entender o que realmente é enfrentar uma violência, enfrentar um descaso, o preconceito e por aí. Eu acho que a polêmica que começaram a fazer graças a Deus não tem mais, pararam por aí. Acho que a gente discutir o título de uma música, que fala de amor, da dependência do amor do homem e da mulher, é uma coisa insignificante perto de tantas outras coisas que existem.
