É provável que pouca gente preste a devida atenção, mas centenas de reeducandos circulam pelas cidades de Mato Grosso, principalmente Cuiabá e Várzea Grande, usando tornozeleiras eletrônicas, por determinação do Poder Judiciário. O interessante – ou lamentável – é que a situação, antes inusitada, passou a ser tratada com naturalidade. Tanto que os aqueles que utilizam tornozeleiras sequer se preocupam de escondê-las. É certo que, em tese, os aparelhos possam seguir cada passo dos apenados e dos monitorados enquadrados na Lei Maria da Penha, quando se aproximam da vítima – seguidos em tempo real pela central de monitoramento eletrônico da Secretaria de Segurança (SESP). Ninguém tem bola de cristal para e, por isso, 11% dos 1,77 mil descumpriram as regras de uso ou romperam as tornozeleiras.  De qualquer forma, tudo é um aprendizado tanto para o Estado quanto aos reeducandos.