A desocupação ou autorização para  continuidade de exploração mineral no garimpo Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda – 450 quilômetros a oeste de Cuiabá – não pode ser decidida de afogadilho, nos gabinetes da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O tema deve ser discutido com as autoridades de Mato Grosso e, principalmente, com a população de Pontes e Lacerda. É certo que a organização dos garimpeiros por meio de cooperativas é uma alternativa que talvez seja viável, para a manutenção da atividade de extração de ouro, de forma legalizada. Todavia existe muito mais coisa em jogo. Desta forma, tanto a pressão dos deputados estaduais para que a garimpagem seja liberada, quanto a ameaça da Polícia Federal de despejar “a qualquer hora e de qualquer jeito”, estão fora de propósito. É imprescindível que haja bom senso, na hora de decidir sobre o futuro da Serra do Caldeirão.