Além de colocar Mato Grosso no olho do furacão da imprensa nacional,  o noticiário  sobre o garimpo da Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda – 450 quilômetros a oeste de Cuiabá, demonstrou como não se faz jornalismo. Em primeiro lugar, vem a questão geográfica: emissoras de rádio e TV colocaram Pontes e Lacerda em Mato Grosso do Sul. O fato se repetiu novamente, em noticiários dos últimos dias, talvez pelo fato de as emissoras terem pouca notícia, em razão do feriado prolongado. Prova também que os editores e produtores não tiveram sequer a preocupação de olhar o mapa do Brasil. Outra falha grotesca é dizer que a Polícia Federal vai desocupar a Serra do Caldeirão, se necessário com uso da força, nesta semana. Ao que consta, data e horário de uma operação do gênero jamais foi divulgada pela PF, o que denota novamente um mínimo de esmero na apuração da notícia. É interessante – ou lamentável – que em pleno século 21 alguns dos mais conceituados veículos de comunicação continuem imaginando que o Brasil começa no Rio de Janeiro e termina em Brasília, só noticiando fatos de Mato Grosso em caso de tragédia,  escândalo ou festa de santo.