Organizações criminosas servem ordinariamente como roteiros de grandes filmes. A máfia italiana e seus chefões, por exemplo, foram tantas vezes retratadas pelas lentes hollywoodianas. Imaginemos, com a devida humildade, como seria contada aos olhares mato-grossenses a suposta fraude cometida pelo ex-governador Silval Barbosa, junto de toda sua “trupe”, na desapropriação do Jardim Liberdade, algo no montante de R$ 30 milhões. O Ministério Público Estadual (MPE), caso assumisse a tarefa de roteirizar, teria muito trabalho. O material não é bom. Os diálogos que constam da denúncia* serviriam, ao máximo, para um daqueles filmes de “Sessão da Tarde” sobre brigas e roubos de lanches em escolas. Certa feita, segundo o roteirista (MPE), o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Alfonso Dalberto, ligou para avisar Silval que toda a papelada para o processo de desapropriação estava pronta. Silval, o chefão da “meninada”, teria dito: “isso eu já sabia, cagão”. Qual o motivo do bullying, Silval?! Pobre Dalberto. Certamente ter sido maltratado contribuiu para que ex-presidente do Intermat firmasse delação premiada. O “cagão” pôs na conta do ex-governador mais uma ação judicial. O filme não vai acontecer. Mas a aventura, caso gravada fosse, atrairia atenção de um grande público.

* A denúncia relacionada aos desdobramentos da “Operação Sodoma” acusa 17 pessoas. Entre os crimes praticados estão: corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, coação no curso do processo, organização criminosa, lavagem de dinheiro e receptação qualificada. A inicial foi protocolada no dia 17 de outubro. A suposta frase de Silval cosnta do documento.