As vendas da montadora francesa Renault no Brasil vão encerrar o ano acima das expectativas iniciais da companhia. As vendas da empresa devem subir 25% em 2012 no mercado doméstico, acima da previsão inicial de 15%, feita no final do ano passado. O saldo positivo da Renault também deve ficar acima das projeções das vendas totais no mercado doméstico brasileiro, que devem ter aumento em torno de 5%. As informações são do presidente mundial da Renault-Nissan, Carlos Ghosn.
Mas, para 2013, a previsão é de um crescimento menos intenso, de 2%, ante ano anterior. A redução do ritmo é originada pela parada programada da fábrica da montadora em Curitiba (PR) por dois meses, entre os dias sete de dezembro e sete de fevereiro.
Mas, o objetivo da empresa é continuar a crescer acima do patamar de elevação de vendas do mercado brasileiro, disse Ghosn. Para ele, as vendas da indústria como um todo vão crescer também 2%, no mercado doméstico, por conta do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) para a indústria automotiva, prorrogado pelo governo para até o final de 2012, para estimular consumo. 'Ninguém sabe o que vai acontecer [com as vendas] com o fim do IPI', avaliou.
A participação da Renault no mercado automotivo brasileiro vai ficar acima de 5% em 2012. Atualmente, a companhia detém fatia próxima a 5% do mercado. A empresa espera encerrar 2013 com 7% de participação. Até 2016, o objetivo é ter 8% do mercado nacional.
Ainda segundo o executivo, para atender às metas estabelecidas pela empresa, a Renault vai ampliar a capacidade de produção em Curitiba dos atuais 280 mil carros por ano para 380 mil carros por ano. Além dessa ampliação da fábrica de montagem, a empresa vai ampliar a capacidade da fábrica de motores, passando de 400 mil por ano a 500 mil motores por ano.
'Com a parada, teremos que fazer em dez meses o trabalho de 12', disse o presidente da Renault no Brasil, Olivier Murguet sobre a perspectiva de produção da empresa em 2013. Segundo ele, atualmente a fábrica trabalha em três turnos e voltará à produzir neste ritmo quando reabrir em fevereiro. A Renault não conta com estoques de veículos, disse o presidente da empresa no Brasil.
Segundo Ghosn, a empresa prioriza o mercado brasileiro em sua estratégia mundial. 'O Brasil é o segundo maior mercado da Renault e o interesse da montadora é trazer as inovações o mais rápido possível', disse. 'Nosso objetivo é crescer em participação de mercado, e o que facilita o crescimento da participação são os primeiros produtos'.
Mas a estratégia da empresa para o Brasil também conta com carros exclusivos deste mercado, como o novo Clio. 'Temos carros mundiais e carros específicos para o mercado brasileiro', disse Ghosn. 'Vamos continuar a investir em termos de produtos e em termos de potencial industrial', complementou.
