O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) recebeu nesta sexta-feira pedido de renúncia ao registro de candidatura de Júnior Brunelli. O ex-distrital pretendia se candidatar a deputado federal, mas era alvo de uma ação de impugnação movida pelo Ministério Público Eleitoral.

A impugnação tinha base no fato de o ex-distrital ter renunciado ao cargo para escapar de um processo de quebra de decoro parlamentar, pela acusação de envolvimento no suposto esquema de pagamento de "mensalão" no DF, investigado pela Polícia Federal. A renúncia o enquadraria em um dos casos previstos na Lei da Ficha Limpa.

Esta semana, foi feita uma nova manifestação, na qual o MPE cita a expulsão de Brunelli do partido ao qual pertencia, o PSC. A justificativa para a expulsão foi a solicitação individual de registro de candidatura feita pelo ex-distrital, à revelia do partido, que não o teria escolhido em convenção, como apontado pela impugnação.

Segundo o TRE-DF, o advogado de Brunelli, Herman Barbosa, pediu que a impugnação fosse extinta sem julgamento "por falta de interesse processual e perda superveniente do objeto".

Brunelli renunciou ao mandato em março deste ano, depois de aparecer em um dos vídeos da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, fazendo uma oração em agradecimento a suposta propina. Em sua carta de renúncia, disse que a "oração da propina" foi uma "manipulação grosseira, já que aquela prece aconteceu em setembro de 2009 e não em 2006, após o suposto recebimento de ajuda para a campanha política daquele ano".

Sobre o vídeo em que recebe dinheiro, a explicação de Brunelli é que a quantia "era destinada a um evento de campanha", em setembro de 2006. "Essa é uma prática comum dos partidos políticos brasileiros", afirmou.

Esta semana o TRE-DF aprovou a documentação do deputado distrital Geraldo Naves, candidato à reeleição. Também citado no inquérito que apura o suposto esquema de corrupção, Naves era suplente de Brunelli e assumiu o cargo após a renúncia do titular.