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Domingo, 21 de julho de 2024

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Indio diz que quebra de sigilo é pior que escândalo Watergate

O candidato à vice na chapa de Jose Serra (PSDB), deputado Indio da Costa (DEM), chamou a presidenciável petista Dilma Rousseff de "mentirosa" e disse ainda que a quebra de sigilo fiscal é pior que o escândalo de "Watergate". O deputado voltou a associar o PT às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e afirmou que o governo federal está "aparelhado".

 
As declarações foram feitas no início da tarde desta quarta feira (1), durante a primeira agenda pública de Indio em Porto Alegre.

O vice de Serra participou de um almoço em uma churrascaria no Parque da Harmonia ao lado da governadora Yeda Crusius (PSDB), candidata à reeleição. Yeda, durante seu discurso, foi quem insistiu em chamar a Receita Federal de "Receita Federal Gate". A governadora pontuou toda sua manifestação por críticas pesadas aos casos de quebra de sigilo fiscal de contribuintes e por insinuações de que eles partem de pessoas vinculadas ao governo ou à candidatura presidencial petista.

"Essa Receita Federal Gate é uma vergonha e vamos denunciá-la. Nos Estados Unidos, em um caso assim, um presidente caiu", disparou Yeda, fazendo uma comparação entre as quebras de sigilo denunciadas nas últimas semanas e o caso Watergate.

O escândalo de Watergate, que começou como um caso de espionagem na sede do Partido Democrata durante a campanha presidencial de 1972, quando Richard Nixon (do Partido Republicano) disputou a reeleição e venceu, acabou resultando na renúncia do presidente dois anos depois.

Ao ser questionado sobre se concordava com a comparação, Indio disse que o caso envolvendo a Receita Federal brasileira é pior. Anunciado pelo mestre de cerimônias durante o almoço como "o vice-presidente da verdade e do trabalho", Indio prometeu "cuidar do Rio Grande do Sul" e "com Serra, fazer as obras que dependem de recursos do governo federal". Mas calcou o discurso nas críticas. Disse que do ponto de vista administrativo não há o que aproveitar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o programa de Dilma mostra um Brasil "que só existe na TV".

Indio acusou, ainda, o governo de inchar a máquina, aparelhar o Estado e "fazer o lançamento de muita pedra fundamental, mas deixar obras no papel". Ele avaliou que a popularidade de Lula "é dele e não do governo, porque o Lula é muito simpático, mas o governo vai mal". E encerrou o discurso em tom profético. "O segundo turno no Rio Grande do Sul depende de vocês e ele tem que nos dar a garantia de que o mal maior volte para casa. Todo mundo sabe quem é o mal maior e eu não vou gastar saliva falando", disse.

Em um almoço dominado pela presença de militantes tucanos, Indio acabou conquistando mais simpatias do que o próprio Serra. É que o deputado dispensou maior atenção a Yeda do que Serra costuma dar a governadora durante suas agendas de campanha no Rio Grande do Sul. Em todas, Serra optou por agendas muito curtas ao lado da governadora. O candidato sempre se desmancha em elogios ao candidato do PMDB ao governo e adversário de Yeda na eleição, José Fogaça.

O PMDB gaúcho está dividido em relação à disputa presidencial. A direção estadual e Fogaça mantêm a neutralidade, a maior parte dos prefeitos apoia Dilma e quase todos os deputados estão com Serra. Já o DEM, que no atual governo tem o vice de Yeda, Paulo Feijó, não possui candidato ao governo e não integra coligações na chapa majoritária. O partido decidiu em convenção liberar os filiados em relação à eleição estadual. A cúpula partidária abriu o voto para Fogaça, mas a quase totalidade dos prefeitos democratas está com Yeda.
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