A difícil missão de levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos mesmos lugares que sua candidata presidencial, Dilma Rousseff (PT), vem sendo resolvida de um jeito simples: combinado as agendas dos dois. Dilma tem feito comícios nos mesmos dias e lugares onde o presidente marca alguma visita oficial ou inauguração.

Essa foi a tática usada em quase todos os 12 eventos que os dois participaram juntos nos dois meses de campanha. O primeiro deles aconteceu na noite do dia 16 de julho em um comício na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Sem agenda oficial no Estado, ele desembarcou em São Paulo para a cerimônia de inauguração da primeira etapa de um projeto de urbanização de um bairro na cidade de Diadema (Grande ABC Paulista). Em seguida, partiu para o Rio.

No dia 24 de julho foi a vez de Dilma falar na cidade natal de Lula, Garanhuns, em Pernambuco. O presidente foi até a cidade pernambucana de Caetés conferir o programa federal Um Computador Por Aluno. Depois, encontrou a candidata do PT.

O terceiro evento conjunto aconteceu em Porto Alegre no dia 29 de julho. Antes de compartilhar o microfone com Dilma, Lula fez uma visita a usinas de biodiesel na cidade vizinha de Santa Cruz do Sul. Depois, conversou com o Movimento dos Pequenos Agricultores e seguiu para Porto Alegre vistoriar o início das obras do estádio Beira Rio para a Copa de 2014.

Três dias depois, e Dilma encontrou o presidente em um mega-comício em Curitiba em uma região conhecida como Boca Maldita, no centro. Como o ato político foi no sábado de manhã, Lula participou na noite anterior de um encontro na mesma cidade com empresários da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).

A parada seguinte foi em Minas Gerais, no dia 11 de agosto, um dos Estados cruciais para qualquer campanha por se tratar do segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Antes de encontrar com cerca de 7.000 pessoas no centro de Belo Horizonte, Lula foi a Divinópolis, a 140 km da capital, para inaugurar dois campi de universidades federais que já funcionam há mais de dois anos.

Em seguida, Lula e Dilma fizeram uma maratona em São Paulo. Ninguém pode dizer que o presidente fez campanha durante o horário de expediente, já que o comício em Osasco (Grande São Paulo) aconteceu na noite de uma sexta-feira, 20 de agosto. No dia seguinte, eles foram para Mauá (Grande ABC). Na segunda-feira de madrugada, os dois aparecerem lado a lado na porta de uma montadora de veículos em São Bernardo (Grande ABC). Foram os únicos casos em que as agendas não foram combinadas.

No dia seguinte, mais um comício e mais agendas oficiais. Em Mato Grosso do Sul, Lula participou de uma série de pequenos eventos. Primeiro, ele viajou para Dourados (MS) e inaugurou obras de duplicação de uma rodovia. Em seguida, fez a inauguração de novas instalações de duas universidades. Ele chegou no começo da tarde em Campo Grande onde inaugurou um projeto de urbanização de favelas para só então subir no palanque e pedir votos para sua candidata.

No dia 26, em Salvador, o mau tempo impediu que Lula participasse da inauguração de um hospital infantil em Feira de Santana (108 km de Salvador) que só estará em total funcionamento no ano que vem. Mesmo assim, ele desembarcou no palanque de Dilma para fazer campanha.

No dia 27, em Recife, Lula justificou a viagem com outro punhado de encontros: em Caruaru, também em Pernambuco, ele inaugurou a primeira etapa de um campus universitário, depois visitou outro na cidade de Alto do Moura. Em Ipojuca, visitou obras de terraplanagem. À noite, os cumprimentos foram para Dilma e para o candidato à reeleição, o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).

Finalmente na última quinta-feira (2), Lula foi para Foz do Iguaçu (PR) inaugurar uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e a Unila (Universidade Federal da integração Latino-Americana), uma instituição de ensino cujas instalações estão longe de serem concluídas. Por volta das 21h, Lula estava ao lado de Dilma e do candidato ao governo paranaense, Osmar Dias (PDT).

Próximos encontros

A coordenação da campanha petista espera que os dois apareçam juntos em mais dez datas até o final de setembro. O último evento deve acontecer no dia 28 na praça da Sé, centro de São Paulo.

Mas eles ainda devem subir no mesmo palanque em Minas Gerais, Santa Cataria, Rio Grande do Sul, Ceará, Sergipe, Paraná e Pará. Agora é aguardar a definição das datas e conferir a agenda do presidente.