Depois de fazer críticas ao ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, em entrevista ao Terra, por ter se aliado ao ex-governador Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, o secretário de comunicação do PT, André Vargas, recuou e atribuiu à "grande imprensa" uma tentativa de acirrar o conflito. "A grande imprensa quer me jogar contra meu companheiro Fernando Pimentel", afirmou o dirigente petista no Twitter.

"Essa relação muito íntima com adversários figadais não dá certo. Aécio se preparou pra uma guerra contra o Serra, que não aconteceu. Aí acabou uma mina ativa pra gente. A mina ficou ativa", afirmou Vargas, deputado federal pelo Paraná, na entrevista publicada na manhã desta quarta-feira (8). Segundo ele, Fernando Pimentel trouxe para a campanha de Dilma Rousseff o grupo ligado às investigações subterrâneas dos tucanos contra o presidenciável José Serra.

Vargas citou ainda o jornalista Amaury Ribeiro Júnior (ex-repórter do Estado de Minas), que elabora um livro sobre as privatizações no governo de Fernando Henrique Cardoso. "Amaury trabalhou no "Estado de Minas", que fez um editorial virulento contra o Serra, quando ele não permitiu o debate interno sobre a disputa com Aécio. E depois plantaram esse cidadão no nosso colo. Agora, segundo o próprio Amaury, não tem nada de quebra sigilio", avaliou o deputado, referindo-se à violação dos dados fiscais da filha de Serra, Verônica, na Receita Federal.

Em nota, Fernando Pimentel reagiu à entrevista e minimizou os ataques do correligionário. "É uma análise equivocada, motivada pela circulação de denúncias e acusações sem prova, que hoje, infelizmente, poluem o noticiário da mídia nacional. Minha amizade e consideração pelo companheiro André Vargas me levam a relevar este incidente", desfez Pimentel. A direção do PT procurou amenizar o conflito.

"É natural que um Prefeito comprometido se relacione com o Governador de seu estado, independente das questões partidárias", postou Vargas, em seu microblog, sem recuar na denúncia contra Aécio Neves: "Quem produziu dossiê foi o Aécio, com sua vontade de disputar a Presidência. Acredito que hoje ele esteja feliz por não passar este vexame".