A candidata do PV à presidência da República, Marina Silva, deu a entender, durante sabatina do jornal O Globo nesta quinta-feira (9), no Rio de Janeiro, que pode prescindir da construção de um trem-bala entre o Rio e São Paulo para concentrar os investimentos federais em educação.

"Entre o trem-bala e a revolução na educação, eu fico com a revolução na educação", disse ela, em resposta à um leitor do jornal, ressaltando que governar requer adoção de prioridades dos gastos públicos.

Marina também voltou a defender a elevação de 5% para 7% do PIB dos gastos com educação no Orçamento da União, afirmando que essa elevação seria possível com o corte de gastos em outras áreas. "Tem um emaranhado de programas que a gente não sabe onde junta o 'cré com cré'. Só fechando o dreno da corrupção já teríamos o equivalente ao investimento em edução", disse a presidenciável, referindo-se às perdas anuais de dinheiro público com corrupção.

A candidata do PV defendeu ainda a formação continuada dos professores e "uma educação integrada". "Mesmo não sendo possível o aluno ter aula em horário integral, ele poderia usar o horário da tarde para visitar museus, etc".

Marina tornou a dizer que o Brasil vive um "apagão de mão-de-obra", que poderá piorar caso não diminua a quantidade de 14 milhões de analfabetos existentes ainda hoje.