A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, justificou nesta sexta-feira a carta em que se compromete a não propor alterações na legislação do aborto como necessária para interromper uma "alegada central de boatos" a seu respeito.

"A carta é uma manifestação que dá aos pastores que apoiam a minha candidatura os instrumentos necessários para combater a central de boatos que assola o país", disse Dilma a jornalistas, após participar de evento com líderes e entidades estudantis em São Paulo.

"Ela (a carta) só serve para uma coisa muito elementar: para que a verdade triunfe", acrescentou.

A carta divulgada pela candidata nesta sexta-feira contém seis compromissos acertados em encontro na quarta-feira com lideranças evangélicas que a apoiam. (Para ver a íntegra do documento, clique em )

Antes da campanha eleitoral, a petista chegou a afirmar ser favorável à descriminalização do aborto, mas, depois, voltou atrás. O tema ganhou destaque na reta final da campanha do primeiro turno, com líderes religiosos pregando abertamente contra o voto nos candidatos do PT.

Analistas acreditam que esse movimento foi um dos fatores que impediram a eleição da petista no dia 3, levando a decisão do pleito para o segundo turno com José Serra (PSDB). "É muito importante que esses boatos, baseados no ódio religioso, não vinguem, porque é ruim para todos. Não se pode instigar o ódio religioso para ganhar eleição", afirmou.

Durante o evento, Dilma se comprometeu com a melhora do salário e plano de carreira para professores, além de formação continuada dos profissionais.

Remetendo ao episódio de uma greve de professores ocorrida em São Paulo quando seu rival tucano era governador, Dilma afirmou que, se eleita, priorizará o "respeito e o diálogo", e não "o cacetete e o rompimento do diálogo".