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Domingo, 21 de julho de 2024

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Futuro governo tem de manter o carisma de Lula e o esforço de ampliar parcerias no exterior

A política externa brasileira virou tema de campanha dos dois candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Os desafios na área incluem desde a manutenção do carisma conquistado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se consagrou como uma liderança regional, até definições sobre a continuidade da atual política de diversificação de parceiros ou mudanças de rumo.


Assuntos que provocam acalorados debates, como as relações do Irã com o Brasil – que apoia o programa de desenvolvimento do urânio iraniano desde que para fins pacíficos - continuarão em discussão, segundo os estudiosos da área internacional. As parcerias regionais com o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales e equatoriano Rafael Correa devem ser mantidas independentemente de o presidente ou presidenta eleita, de acordo com os especialistas.

Os professores Carlos Eduardo Vidigal, de História das Américas da Universidade de Brasília (UnB), e Daniel Aarão Reis, de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF), ressaltaram que ameaças à democracia e denúncias de violação de direitos humanos devem pautar a política externa brasileira.

“Penso que o Brasil deveria manter estas relações, favorecendo o diálogo internacional e exercendo pressões para que na área destes países não corram riscos os valores democráticos e o respeito aos direitos humanos”, disse Aarão Reis. “Mas em relação aos vizinhos, como Equador e Venezuela, não deve haver alteração alguma”, disse Vidigal.

Porém, Vidigal alertou que é possível que ocorra alterações nas relações com o Irã em decorrência da pressão internacional que levanta dúvidas sobre a violação de direitos humanos no país. “Talvez sobre o caso específico do Irã, o futuro presidente pense em rever as relações bilaterais, observando as questões relativas aos direitos humanos”, afirmou.

Aarão Reis e Vidigal afirmaram que o fortalecimento do Mercosul deve estar entre as prioridades da política externa também. “O Mercosul é sonho e realidade e deve o Brasil traduzir em propostas concretas, em políticas construtivas, a proposta [global] do Mercosul e da União das Nações Sul-Americanas [Unasul]”, disse.

Vidigal destacou que havia uma expectativa elevada em relação ao Mercosul, nos últimos dois anos, e que sofreu paralisação em decorrência dos efeitos da crise econômica. “O Mercosul já é uma realidade com uma agenda bastante ampla, mas a crise afetou [vários projetos]. Mas houve um crescimento. O que não ocorreu foi a evolução que se esperava”, afirmou.
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