O deputado Romário (PSB-RJ) estreou nesta quinta-feira na tribuna da Câmara, em Brasília, e, apesar de não ter marcado ainda nenhum gol no campo político ou apresentado sequer um projeto, já conquistou uma torcida fiel. Diversos deputados, de diferentes partidos, cumprimentaram o colega e fizeram rasgados elogios à atuação do Baixinho - dentro e fora de campo.

- É um grande orgulho ter vossa excelência aqui. Vossa Excelência vai trazer os holofotes positivos para a Câmara - disse o deputado Renan Filho (PMDB-AL).

Já o deputado Jonas Donizette (PSB-SP), que se estendeu na tietagem, foi chamado a atenção pela Mesa da Câmara.

Em seu discurso, o Baixinho reafirmou seus compromissos de campanha - defender a prática de esporte entre os jovens e projetos voltados para os portadores de necessidades especiais. Romário tem uma filha com síndrome de Down. O ex-atacante citou as enchentes da Região Serrana do Rio e o incêndio na Cidade do Samba.

- Sei que inicio meu mandato num momento difícil - disse, acrescentando que o momento era de levar conforto às vítimas das enchentes. Sobre o incêndio, disse ter "muita fé" na capacidade de superação do povo carioca para fazer um carnaval "maravilhoso como todos".

Romário também destacou a realização de grandes eventos esportivos no país, como a Copa das Confederações, as Olimpíadas e a Copa do Mundo.

- São oportunidades que teremos para dar um salto na área do turismo e do transporte. São oportunidades de disseminar a prática do esporte entre os jovens e incentivar a formação de atletas - acrescentou.

Em relação às críticas que têm recebido por ainda não ter apresentado projetos e por ter se ausentado da Câmara em outras sessões, ele disse:

- Em mais de 20 anos de carreira como jogador me acostumei a conviver com as críticas, nem sempre construtivas. Serei cobrado como deputado e pretendo continuar a dar aos críticos como resposta o meu trabalho - afirmou.

Após todos os elogios dos deputados-tietes, Romário, de 45 anos, afirmou que se sentia orgulhoso e honrado com o novo posto. Ele admitiu que ficou um "pouco nervoso" ao discursar e reconheceu não ter experiência em política partidária.

- Eu vim aqui para aprender e fazer o bem ao povo.

Após o discurso, Romário deixou o plenário.