O Congresso Nacional terá inúmeros assuntos em debate nesta semana. Há uma lista com 20 Medidas Provisórias trancando a pauta da Câmara. Deputados e senadores disputam nos bastidores as presidências e os cargos nas comissões temáticas. Ronaldo Nazário deve ser muito homenageado nos plenários depois do anúncio de sua aposentadoria. Mas o impasse em razão do valor do salário mínimo será o tema predominante.

As centrais sindicais realizam hoje e amanhã manifestações em Brasília por um mínimo maior do que os R$ 545 propostos pelo governo. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), majoritariamente ocupada pelo PT, admite um acordo com o governo em torno de R$ 560. Para tanto, defende a antecipação de 2,75% do reajuste do ano que vem para 2011. As outras centrais querem R$ 580.

A Força Sindical, presidida pelo deputado Paulinho Pereira da Silva (PDT-SP), promete pôr hoje em Brasília e no Congresso cerca de 500 dirigentes sindicais, todos eles dispostos a fazer muito barulho pelos R$ 580. Paulinho disse que quer evitar o rolo compressor do governo.

A presidente Dilma Rousseff avalia que a aprovação do salário mínimo de R$ 545 pelo Congresso é questão de honra para sinalizar ao mercado que o corte nos gastos públicos não tem volta. Com a expectativa de que a taxa básica de juros, hoje em 11,25%, chegue a 12,5% em junho para conter a inflação, o Planalto elegeu o mínimo como a âncora fiscal desse início de governo. Definido como a primeira prova de fogo do pós-Lula, o projeto de lei que fixa o piso em R$ 545 será votado quarta-feira (16) na Câmara e depois seguirá para o Senado. (Com informações do Estado de São Paulo).