O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (29), durante participação no Fórum Econômico Mundial, no Rio de Janeiro, que o Brasil possui "partidos demais". Ele defendeu uma diminuição no número de partidos, mas evitou falar sobre uma eventual fusão de partidos de oposição.

Questionado sobre uma possível fusão do PSDB com o DEM e o PPS, Alckmin disse que o “tema é delicado” e que seria “deselegante” falar pelos outros partidos.

“Sou favorável a termos menos partidos. Agora, temos que respeitar os partidos, as suas singularidades, as suas histórias; esse é um debate, um tema, um pouco mais para frente”, disse. “Nós vivemos um quadro pluripartidário, multipartidário. Quando você tem mais de 30 partidos, você não tem mais de 30 ideologias”.

Segundo o governador, sua crítica sobre quantidade de partidos no país não exclui a possibilidade de que novos partidos sejam criados, como o recém anunciado PSD.

“Acho que não precisa proibir nenhum partido, quem quiser pode fazer partido”, afirmou. “Independente de qualquer partido novo, esse processo já existia. Essa fragmentação partidária é ruim para o processo democrático porque dificulta a governabilidade”.

Alckmin defendeu a aprovação de uma reforma política que inclua o fim da coligação proporcional, a introdução do voto distrital e do voto facultativo.

O tucano destacou ainda que está “otimista” em relação ao futuro do PSDB, destacando que o partido foi o que mais elegeu governadores e conseguiu a 3ª maior bancada.

“Com esse modelo político brasileiro governista que para se eleger deputado tem que estar incrustado na máquina pública, claro que quem está na oposição diminui um pouco. Mas o Brasil não é vocacionado para partido único e é importante para o país ter partidos preparados para uma alternância no poder”