A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para marcar o depoimento da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), que desde o dia 28 de março estaria evitando agendar a data para ser interrogada pelos agentes federais.

Por ser deputada federal, Jaqueline Roriz goza de foro privilegiado e, além de só poder ser investigada pelo STF, tem o benefício de poder escolher a data e o local para prestar depoimento. A PF argumenta que a demora da parlamentar em fazer uso desse direito justificaria o aval do Supremo para que o órgão marque a data do interrogatório.

O advogado responsável pela defesa de Jaqueline Roriz, Eduardo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (2) que a parlamentar estava aguardando a liberação de acesso ao processo para depois marcar a data do depoimento.

“Estávamos aguardando a liberação de acesso aos autos do processo, que só foi liberado na última sexta-feira. A PF queria ouvir a deputada sem que ela tomasse conhecimento do processo. Mas agora vamos marcar uma data em acordo com a deputada”, afirmou Alckmin.

Segundo informou a assessoria da PF, o pedido foi enviado ao ministro Joaquim Barbosa no começo da semana passada. Além de solicitar autorização para marcar a oitiva da parlamentar, a PF também requereu a prorrogação das investigações.

Jaqueline Roriz é investigada no STF desde 14 de março, por conta do vídeo em que aparece ao lado do marido, Manoel Neto, recebendo dinheiro de Durval Barbosa, pivô do escândalo de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.

Perícia
A assessoria da PF também confirmou que o vídeo em que a Jaqueline Roriz aparece com Durval Barbosa foi periciado e o laudo, guardado sob sigilo, já está pronto. O material deve ser enviado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, que analisa pedido de cassação contra a parlamentar do PMN.