A presidente Dilma Rousseff criticou nesta quinta-feira (5), em discurso ao lado do presidente da Alemanha, Christian Wulff, a política expansionista de países desenvolvidos, que, segundo ela, geram pressões inflacionárias que prejudicam as outras nações.

“Percebemos que países desenvolvidos com crescimento ainda fraco têm adotado políticas monetárias extremamente expansionistas, com evidentes efeitos negativos sobre a inflação mundial”, disse. A presidente reiterou ainda que o Brasil “vai resistir” à inflação.

“Estamos numa fase especial do Brasil. Temos compromisso de resistir às pressões inflacionárias, tanto as que vem de fora quanto as do nosso próprio país”, disse.

Dilma também defendeu reformas nos organismos internacionais e maior respeito aos direitos humanos. “Brasil e Alemanha são parceiros também na defesa de uma ordem mundial mais justa, democrática e que respeite os direitos humanos. Em relação ao G20, embora o pior momento da crise tenha passada, concordamos na necessidade de aprimoramento das governanças financeiras internacionais.”

Em resposta às críticas de Dilma, o presidente alemão afirmou que os países ricos devem ser “mais altruístas” e pensar não apenas no próprio desenvolvimento.

“A crise financeira está em parte superada mas continua sendo uma onda enorme que levanta sobre nós os problemas do dólar, do euro, o efeito da política de nações industrializadas sobre países como o Brasil. Temos a obrigação de ser altruístas, não podemos pensar só em nós próprios. Temos que pensar em tudo e todos, na medida do possível”, disse.


Copa e trem-bala
A presidente pediu ainda investimentos em obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e na construção do trem-bala.

“Apresentei ao presidente Wulff as novas oportunidades, o PAC,investimentos na área de portos e aeroportos, investimentos para Copa e para as Olimpíadas e também a expectativa de participação dos investidores e participação da tecnologia alemã na construção do trem de alta velocidade entre Rio e São Paulo”, disse.

Pneumonia
Ao chegar ao Itamaraty para almoço com o presidente alemão, Dilma disse novos exames médicos mostraram que ela está curada da pneumonia. "Acabaram de me dizer que todos os meus exames estão normais. Agora, tenho que aguentar os antibióticos."