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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Senadores brasileiros condenam ação dos EUA que matou Bin Laden

Foto: Divulgação

Senadores brasileiros condenam ação dos EUA que matou Bin Laden
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) usou a tribuna do Senado nesta segunda-feira (9) para condenar a operação militar dos Estados Unidos que resultou na morte do líder da rede terrorista al-Qaeda, Osama Bin Laden, em 2 de maio, em Abbotabad, no Paquistão.


Os EUA afirmaram nesta segunda que não vão "se desculpar" com o Paquistão por terem realizado o ataque, após o governo de Islamabad ter se queiixado do "unilateralismo" americano na operação.

Suplicy criticou o fato de militares americanos terem violado a soberania paquistanesa, ao invadir seu território para caçar Bin Laden, e lamentou a morte do terrorista, que na avaliação dele, deveria ter sido preso e julgado por um tribunal.

“Em 11 de setembro de 2001, aviões atingiram o edifício do World Trade Center. E ali mais de três mil pessoas perderam as suas vidas. Pessoas totalmente inocentes que, por uma razão totalmente não justificada em seus métodos, foram objeto de ações impensadas, não suficientemente refletidas, por parte dos responsáveis da al-Qaeda. E dentre estes estavam justamente um dos principais, senão o principal líder da al-Qaeda, Osama Bin Laden, que teve uma perseguição muito forte, realizada por forças de todos os países, principalmente do serviço de inteligência e das forças armadas norte-americanas que, finalmente, encontraram Osama Bin Laden”, discursou Suplicy.

Mencionando artigos de jornais que também criticaram a ação dos EUA, o senador petista argumentou que o terrorista foi morto, “quando poderia ter sido preso e julgado em um tribunal”. Ele ainda lembrou a importância dos “princípios de justiça” para evitar ações que “suscitem motivos para que quaisquer grupos resolvam agir com violência através de crime ou, sobretudo, através do terror para atingir os seus objetivos”.

“Essa forma, como foi Osama Bin Laden morto, fez com que inúmeras publicações, artigos, surgissem na imprensa nos últimos dias, inclusive editoriais de jornais onde são formuladas críticas como o serviço de inteligência e as Forças Armadas agiram”, argumentou Suplicy.

Diante do pronunciamento, Suplicy conquistou o apoio de outros dois senadores. Lindbergh Farias (PT-RJ) admitiu “desconforto” com os procedimentos adotados pelos EUA na caçada a Bin Laden.

“Não me senti nada confortável quando fui cobrado para, na Rádio Senado e na TV Senado, falar do episódio. Ao ver que um país entra, viola a soberania de outro país, mata Bin Laden desarmado e joga o seu corpo no mar. Sabemos o mal que Bin Laden e a al-Qaeda levaram ao mundo, só discordamos da forma como a operação aconteceu”, argumentou o senador.

Já Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou Suplicy por “nunca fugir de temas polêmicos” e também revelou preocupação com os métodos utilizados pelos EUA na caçada ao terrorista. “Todos passamos a odiar esse Bin Laden. Mas todos passamos a nos preocupar sobre como ocorreu a sua morte. A maior vitória do terrorismo é quando todos passamos a nos comportar como terroristas. Se Obama faz isso, imaginem os próximos presidentes dos EUA?”, questionou Buarque.
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