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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Após Palocci, governo tenta evitar nova crise com caso Mercadante

Como uma forma de evitar a repetição de erros do episódio envolvendo o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, que, em meio a denúncias, demorou quase três semanas para apresentar as primeiras explicações públicas sobre um suposto crescimento irregular de seu patrimônio, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, acertou comparecer ao Senado para rebater acusações de que seria o mentor da produção, em 2006, de um suposto dossiê contra o então candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra.


A estratégia de Mercadante, que busca minar as chances do governo Dilma amargar sua segunda crise política, foi avalizada pelo Planalto e se valeu de um antigo requerimento que pedia seu comparecimento no Congresso para falar sobre o Plano Nacional de Ciência e Tecnologia.

Na próxima terça-feira, às 10h, Mercadante falará, além do protocolar convite para explicar projetos de sua pasta, de sua suposta articulação para que militantes petistas utilizassem R$ 1,75 milhão, em setembro de 2006, para a compra de supostos dados comprometedores de José Serra. Mercadante era o principal adversário do tucano na época na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.

Aloprados
No Senado, o discurso de defesa do ministro sobre o episódio que ficou conhecido como "escândalo dos aloprados" deverá ser baseado na premissa de que, em abril de 2007, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o arquivamento do inquérito sobre sua eventual participação na venda do dossiê contra Serra. Ele deverá enfatizar que, na ocasião, os ministros entenderam que não havia indícios da participação do então candidato ao governo de São Paulo no episódio e que a Polícia Federal, responsável pela investigação do caso, não tinha competência para indiciá-lo, como fez, pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais.

Coordenadora política do governo, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ressalta que Mercadante acredita não serem necessárias mais investigações sobre o escândalo, mesmo diante das denúncias do ex-diretor de Riscos do Banco do Brasil e atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Expedito Veloso, de que o ex-candidato e atual ministro seria o mentor da negociação do suposto dossiê contra Serra. Ideli afirmou que Mercadante está à disposição de esclarecimentos dos congressistas. "Se a justiça reabrir a investigação, o próprio Mercadante não concorda com isso. Mas está à disposição. A posição do Mercadante é muito lúcida", avaliou.

Para o senador oposicionista Álvaro Dias (PSDB-PR), no entanto, a presença do ministro em uma comissão do Senado na próxima semana não deverá colocar fim às acusações, mas funcionar como argumento de que, quando solicitado, Mercadante aceitou apresentar explicações públicas aos parlamentares. "A vinda do ministro talvez seja uma estratégia porque, talvez pelo fato de ele ter sido senador e de ter no Senado ex-colegas, haverá certamente um clima de certo constrangimento. E isso favorece a presença dele", acredita o senador tucano.
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