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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Chance de mudança no controle é pequena, diz Usiminas

O aumento da participação da Companhia Siderúrgica Nacional na Usiminas traz um certo 'desconforto', mas a chance da empresa de Benjamin Steinbruch conseguir participar do controle da empresa mineira é muita pequena, afirmou nesta quinta-feira o presidente-executivo da Usiminas, Wilson Brumer.


'É lógico que esse discurso causa desconforto, o tempo todo ficar discutindo esse tema, internamente esse assunto já está sendo deixado de lado', afirmou a jornalistas após encontro com analistas promovido pela Apimec/RJ.

Brumer lembrou que os acionistas controladores da Usiminas já deram um sinal claro de que não há espaço para a entrada da CSN no grupo ao prorrogar o acordo até 2031 recentemente. Segundo o executivo, se algum dos sócios presentes no grupo de controle decidir vender sua parte a japonesa Nippon Steel já manifestou intenção de comprar.

Fazem parte do grupo de controle a Nippon Steel, Camargo Corrêa, Votorantim e o clube de empregados da empresa.

'A Nippon Steel está na Usiminas há 50 anos, desde a sua fundação, já falou que vai exercer o direito de preferência se algum dos outros sócios vender a sua participação, por isso vejo essas compras (de ações pela CSN) como um investimento financeiro (da CSN)', disse Brumer.

A CSN já possui cerca de 10 por cento das ações ordinárias da Usiminas. Pela Lei das Sociedades Anônimas, para ter direito a um assento no conselho de administração de uma empresa é necessário cerca de 15 por cento das ações ordinárias e 10 por cento das preferenciais.

'Se ele (Benjamin Steinbruch) tem o objetivo de chegar lá não podemos fazer nada, as ações estão no mercado', disse Brumer lembrando que mesmo que consiga um lugar no centro de decisões da empresa existem proteções legais em casos como esses.

'Se amanhã eles tiverem direito a assento no conselho pode se mudar o formato das reuniões, como acontecia quando eu era da Billiton e tinha assento na Vale, tomava mais cafezinho do que assistia à reunião', informou o executivo referindo-se à antiga mineradora Billiton (hoje BHP Billiton), que tinha assento no controle da Vale.

O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta quinta-feira, que tem interesse na Usiminas, mas que a compra de participação na rival depende de eventual venda das fatias detidas pelos grupos Votorantim e Camargo Corrêa.

Brumer voltou a repetir, no entanto, que os controladores da Usiminas 'deram recado claro' quando decidiram em fevereiro renovar o acordo que trava o grupo de controle da companhia. 'Eles (CSN) podem até pleitear na próxima assembleia de acionistas assento no conselho, mas seria apenas um', disse Brumer.

Às 13h29, as ações da Usiminas exibiam alta de 0,14 por cento enquanto o Ibovespa mostrava valorização de 0,32 por cento.

MERCADO INTERNO

Na reunião com analistas o executivo voltou a afirmar que o foco da Usiminas é o mercado interno, diante do excesso de oferta de aço no exterior e o real sobrevalorizado. A expectativa da empresa é direcionar 85 por cento de suas vendas de aço ao Brasil e os 15 por cento restantes ao mercado externo este ano, disse Brumer.

'Vamos reduzir ao máximo (as exportações) porque não podemos exportar com prejuízo, com esse câmbio, com custos', afirmou.

Em 2010, o mix de vendas da empresa foi de 75 por cento ao mercado interno e 25 por cento para o exterior.

Outro foco da companhia no momento é a mineração, que encerrou o primeiro trimestre com margem Ebitda de 65 por cento ante 4 por cento da siderurgia.

'Hoje, quanto mais acelerar projeto de mineração mais estaremos agregando valor...vamos nos concentrar muito fortemente em mineração para atingir a autossuficiência em 2015', disse Brumer.

Brumer comentou que uma oferta inicial de ações da área de mineração, não faz parte dos planos atuais.

'Na discussão com os parceiros acordamos que podemos pensar num IPO, mas só num momento de necessidade. Neste momento não está no nosso radar', disse Brumer. A Usiminas firmou em 2010 um acordo de joint-venture envolvendo suas atividades de mineração com a japonesa Sumitomo, que está em processo de fusão com a Nippon Steel.

O executivo comentou que a companhia trabalha com um preço de aço no Brasil estável na segunda metade de 2011. 'O preço do aço hoje está muito ligado ao mercado internacional (...) estamos trabalhando com uma situação de equilíbrio para o segundo semestre', afirmou.
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