O senador Clésio Andrade (PR-MG) afirmou nesta quarta-feira (13), por meio de nota, que um parlamentar "pode apresentar nomes capacitados" para ajudar o governo a preencher cargos estratégicos. Ele voltou defender que seja indicado pela bancada de Minas Gerais o nome para assumir o comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), caso o diretor-geral do órgão, Luiz Antônio Pagot, seja exonerado.
Segundo Andrade, a bancada mineira deve ter essa prerrogativa pelo fato de o estado possuir a maior malha viária do país com carência de investimentos públicos.
"Reivindicar não é negociar cargos. Continuarei reivindicando em função dos interesses de Minas e espero que o líder do PR na Câmara Federal, Lincoln Portela [MG], entenda esta importância e nos acompanhe", afirmou o senador, que também é presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Nesta manhã, Portela afirmou, após reunião com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti,que o PR não vai fazer "gestão" pela ocupação de novos cargos no governo. "O partido não autoriza oficialmente ninguém a fazer gestão por cargos. Quem quiser fazer gestão, fará individualmente", afirmou.
Pagot foi afastado da cúpula do ministério após reportagem da revista "Veja" relatar que representantes do PR, partido ao qual pertence o ex-ministro Alfredo Nascimento e a maior parte da cúpula do ministério, funcionários da pasta e de órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento e recebimento de propina por meio de empreiteiras. Nascimento deixou o cargo em razão das denúncias.
Em nome dos transportadores brasileiros, na nota, o senador mineiro prestou apoio ao novo ministro dos Transportes, Paulo Passos. Ele ressaltou as dificuldades na circulação de bens e pessoas nas estradas brasileiras. Para o senador, a recuperação do sistema rodoviário só começou a ser feita no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ainda é insuficiente.
"Apoio totalmente, não só como senador, mas em nome de todo transportador brasileiro, todas as medidas anunciadas pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, de respeito e valorização de nomes a serem colocados nos órgãos vinculados ao ministério", afirmou o senador.
Em entrevista nesta terça-feira (12), o novo ministro dos Transportes disse que pretende fazer "ajustes" na pasta, mas que isso depende de uma decisão da presidente Dilma Rousseff. "Fazer ajustes significa tomar todas as atitudes que sejam necessárias e isso envolve naturalmente troca de pessoas e modificações em processos", afirmou Passos.
Ao ser perguntado se o diretor Dnit continuaria no cargo, Passos respondeu que as decisões serão tomadas por Dilma.
