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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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'Vamos vencer essa batalha', diz Lula sobre tratamento contra o câncer

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (1º) que está preparado e confiante para enfrentar o tratamento contra o câncer de laringe.


"Eu estou preparado para enfrentar mais uma batalha e acho que nos vamos conseguir tirar de letra. Basta que a gente siga recomendações médicas, basta que a gente faça aquilo que precisa ser feito e acho qeu vamos vencer essa batalha. Não foi a primeira e não será a ultima batalha que eu vou enfrentar", afirmou Lula, em vídeo gravado nesta terça no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, de onde teve alta nesta terça após a primeira sessão de quimioterapia.

“Eu quero mais uma vez agradecer ao povo brasileiro [pelo] carinho, pela solidariedade. O que aconteceu comigo é daquelas coisas que acontecem com todo mundo, mas a gente pensa que só acontece com os outros. Nunca com a gente. (...) Com a solidariedade de vocês vai ser muito mais tranqüilo, mais fácil”, disse o ex-presidente.

Lula saiu nesta terça de sua primeira sessão de quimioterapia "otimista", sem apresentar náuseas e já com melhoras na voz, prejudicada com rouquidão pelo câncer na laringe.

O quadro foi apresentado por Artur Katz, um dos médicos que tratam o tumor e que acompanharam Lula durante a primeira fase do tratamento, iniciado nesta segunda-feira (31) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele recebeu alta nesta terça, por volta das 14h16.

"Ele não sentiu náuseas e a grande questão dele nesta manhã era saber quando poderia almoçar. É improvável que ele tenha náusea forte, uma vez que ele não teve nada até agora. Talvez um ligeiro mal-estar", afirmou Katz minutos após o ex-presidente deixar o hospital.

O médico disse também que a melhora na voz rouca ocorreu por causa do tratamento de um edema (inchaço) próximo ao tumor. "A voz melhorou muito em parte por causa do edema que existia junto à lesão que não existe mais. E a voz dele está praticamente normal. Ele está bem humorado, indo para casa e daqui a 21 dias ele volta", disse.

Por volta do dia 14 de novembro, o ex-presidente deve iniciar a segunda das três sessões de quimioterapia previstas. Os primeiros efeitos colaterais, ainda segundo Katz, já deverão se apresentar "nas próximas semanas".

"Ele deve se sentir um pouco cansado nos próximos dias. Mas nada que seja muito diferente do que um resfriado forte", afirmou Katz. Segundo ele, Lula terá uma "vida normal" nesse período, porém "sem a mesma agenda", em referência às constantes viagens.

Caso necessário, a bolsa de infusão, ligada a um catéter para injetar na veia novas doses de remédios nos próximos dias, pode ser retirada facilmente, em casa ou no hospital.

Segundo outro médico, Paulo Hoff, o ex-presidente não tirou a barba nem o cabelo. "A queda de cabelo e de pelos varia de paciente para paciente, mas por conta da quimioterapia, isso deve ocorrer em algumas semanas, a não ser que ele faça alguma coisa [a barba] por conta própria".

Após a quimioterapia, Lula foi submetido a novos exames, mas, segundo Katz, a equipe médica não notou nada diferente do que já havia sido diagnosticado.

Alta
O boletim médico, divulgado pelo hospital, informou que o ex-presidente teve alta às 14h16 e a primeira sessão de quimioterapia não teve "intercorrências". Segundo o hospital, Lula também fou submetido a exames nesta terça-feira. Na nota, a equipe médica explica que foi colocado, esta segunda, um catéter venoso central na altura do peito do ex-presidente.

Na noite de segunda (31), Lula recebeu a visita da presidente Dilma Rousseff. Ela afirmou que, na conversa com Lula, o ex-presidente "poupou a voz". Segundo Dilma, ele está "falando baixo" e não fez comentários sobre a previsão dos médicos de que perderá cabelos e barba durante o processo de quimioterapia - veja no vídeo acima.

Em entrevista coletiva na manhã de segunda, a equipe médica afirmou que o tumor de Lula tem agressividade média. “É o tumor mais comum dessa região, tem agressividade clássica dos tumores dessa região. É considerado um tumor intermediário, que tem um crescimento razoável se não for tratado. (...) O tumor foi detectado em um estágio intermediário. Ele é relativamente inicial, mas não tão inicial que dê para resolver com uma pequena cirurgia, mas ele é localizado, para nós isso é muito importante”, disse Paulo Hoff, oncologista da equipe que trata o ex-presidente Lula.

Ainda segundo a equipe, a decisão por fazer o tratamento sem cirurgia foi tomada por ser a mais adequada. Conforme os médicos, a cirurgia está descartada por enquanto.

“Até 20 anos atrás ele seria tratado com cirurgia. Estudos agora mostram que o resultado da cirurgia e da quimio e radio em termos de cura são exatamente iguais. Além de oferecer as mesmas possibilidades de cura [o tratamento com radio e quimioterapia] tem uma possibilidade enorme de preservar a laringe em sua integridade, com preservação da voz”, explicou o cirurgião Luiz Paulo Kowalski.
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