O senador Pedro Taques (PDT/MT) considera graves as denúncias contra o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que também é acusado, a exemplo do ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, de integrar um esquema de cobrança de propina de ongs que executam programas de qualificação profissional em parceria com o governo federal.

O parlamentar participou de reunião da executiva nacional do PDT, nesta terça-feira 98/11), em Brasília, para ouvir as explicações do ministro sobre as denúncias. Taques subscreveu com os deputados Reguffe (DF) e Miro Teixeira (RJ) um documento de pedetistas pedindo investigação por parte da Procuradoria Geral da República.

"Vejo que as denúncias são graves. Não devemos prejulgar as pessoas. Nós temos que investigar os fatos. Eu não quero prejulgar, mas eu entendo que os fatos são graves e merecem investigação por se tratar de recursos públicos", afirma.

De acordo com Pedro Taques, o ministro Carlos Lupi não deve ser responsabilizado caso fique comprovado que houve irregularidades cometidas por pessoas subordinadas ao ministro pedetista.

"A responsabilidade penal é individual e não se transfere em razão da responsabilidade do ministro e isso deve ser analisado caso a caso", pontuou.
Lupi buscou demonstrar na reunião desta terça-feira que não está acuado com as denúncias de irregularidades na sua pasta e afirmou duvidar que a presidente Dilma Rousseff o demita.

"A presidente Dilma me conhece há 30 anos... Para me tirar (do ministério) só à bala, e com bala forte porque sou pesadão... Te garanto que não acontecerá (uma demissão)", disse Lupi a jornalistas nesta terça após se reunir com as bancadas do seu partido o PDT, na Câmara e no Senado.

Segundo ele, na conversa que teve com a presidente na segunda-feira, Dilma quis saber se ele se defenderia até o fim. "E eu disse que até o último minuto da minha vida", contou o ministro.

Reportagem da edição desta semana da revista afirma que três servidores e ex-servidores do Ministério do Trabalho estavam envolvidos num esquema de cobrança de propinas que revertia recursos para o caixa do PDT. Lupi está afastado temporariamente da presidência do partido por conta de sua posição de ministro.