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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Ministro nega fraude e diz que não passará 'mão na cabeça de ninguém'

O ministro das Cidades, Mário Negromonte, reafirmou nesta sexta-feira (25) que não houve fraude na mudança de parecer de obra de mobilidade urbana para a Copa de 2014 em Cuiabá (MT). Negromonte disse ainda que a sindicância vai apurar o caso e que não vai passar "a mão na cabeça de ninguém".


Reportagem de "O Estado de S.Paulo" acusou servidores da pasta de forjar documento que autorizou mudanças em projeto, ampliando o custo da obra para R$ 1,2 bilhão - R$ 700 milhões a mais do que o previsto na proposta original.

"Primeiro, não houve fraude. Vamos apurar. Mandei imediatamente instalar a sindicância para apurar o que houve. Foi uma divergência de opiniões de técnicos. Tem uma opinião do técnico com um parecer e outra opinião, de Luiza Gomide (diretora de Mobilidade Urbana), mais preparada, que reavaliou o parecer. Não teve fraude, vamos analisar através da sindância. (...) Se tiver erro de procedimento, a sindicância vai apurar. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém", afirmou o ministro.

A declaração foi dada à Rádio Estadão ESPN em Salvador, na Bahia, antes de um evento sobre o programa Minha Casa, MInha Vida 2.

O projeto inicial em Cuiabá previa a construção de um corredor de ônibus (BRT, Bus Rapid Transit, na sigla em inglês), que já contava com financiamento aprovado. Em junho, o governo de Mato Grosso anunciou que pretendia deixar o BRT de lado em troca da implantação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A obra é mais cara, mas, segundo o governo, é necessária para atender a um movimento maior do que o BRT comporta.

Para obter ajuda financeira do governo federal, o governo de Mato Grosso necessitava de um parecer favorável do Ministério das Cidades.

Conforme "O Estado de S. Paulo", a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Gomide Vianna, teria forjado parecer do analista de infraestrutura da pasta Higor Oliveira Guerra, que se posicionou contra a mudança no projeto.

'Enfraquecer Dilma'
Após solenidade de assinatura dos termos de adesão à segunda fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, ao lado do governador da Bahia, Jaques Wagner, o ministro também disse que as denúncias tentam "enfraquecer a presidente Dilma".

"As denúncias vieram de parte da imprensa certamente insatisfeita com o governo federal, [que quer] enfraquecer a presidente Dilma. É uma mulher, existe discriminação. Existe discriminação com nordestino. Fizeram uma ilação sobre a festa do bode, se fosse festa da uva, da maçã... certamente ninguém faria discriminação. Como a festa do bode é coisa de nordestino, o ministro é nordestino, tome cacetada", disse Mário Negromonte.

O ministro fez referência a reportagem da revista "Época", que afirmou que ele usou o cargo para obter patrocínio estatal para evento no interior da Bahia que promoveu os interesses políticos de sua família.

Com relação à diretora de Mobilidade Urbana, o ministro disse nesta sexta que não vai punir ninguém antes de saber exatamente o que aconteceu. “Determinei abertura de sindicância para apurar eventuais irregularidades. Disponibilizei toda documentação original. Está na mão do Ministério Público. Não vou antecipar, não vou pré julgar”, afirmou.

O ministro negou a informação de que teria dado aval em mudanças no projeto. “Não tinha conhecimento, não dei aval a ninguém, nem dr. Cássio [chefe de gabinete] que é um técnico competente, sério, honrado. É bom que vocês entendam, não foi licitado ainda. A decisão foi do governo do estado de propor a alteração do modal. Lá, o governo passado, fez a proposta de BRT, ele achou por bem mandar os técnicos analisarem VLT, que é uma coisa mais moderna e mandou pra lá. Lá tem uma decisão colegiada.”

Questionado se já havia conversado com a presidente sobre a repercussão das denúncias, ele disse ter o apoio de Dilma. “O ministro Gilberto Carvalho me ligou e disse que eu fique tranquilo porque a presidente conhece todo o trâmite. Não tem telefonema comprometedor de nada, não tem desvio de recurso, nem corrupção. A gente não pode criar a república da desconfiança”, disse.

O ministro disse ainda que não tem "apego ao cargo". "Não vou ficar de joelho pra ninguém, não tenho apego a cargo. Estou muito honrado em fazer esse trabalho junto a Dilma. Se eu sentir que ela não me quer, eu vou lá e entrego. Mas até agora ela nunca sinalizou, muito pelo contrário. (...) Sou deputado. Esse eu dou valor, esse mandato."
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