Depois de ter seu nome relacionado ao do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) em reportagem da "Folha de S. Paulo" sobre o caso do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o constituinte Pedro Taques (PDT-MT), junto aos colegas de parlamento Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Ana Amélia (PP-RS), protocolou ofício junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, presidido pelo mato-grossense Jayme Campo (DEM), pedindo celeridade na apreciação das denúncias de ligação criminosa entre o senador goiano e o bicheiro.

A ação, segundo o Taques, visa afastar qualquer dúvida em relação à disposição do Senado Federal em iniciar as investigações.

Confira a íntegra do documento:

Ofício GSRR nº 00076/2012

Brasília-DF, 2 de abril de 2012.

Excelentíssimo Senhor Senador Jaime Campos
Presidente em Exercício do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
Assunto: Representação para Verificação da Quebra de Decoro Parlamentar em face do Senador Demóstenes Torres

Senhor Presidente, Como é de conhecimento de Vossa Excelência, em 28 de março de 2012, o Partido Socialismo e Liberdade – PSOL protocolou junto a este Conselho uma Representação para Verificação da Quebra de Decoro Parlamentar em face do Senador Demóstenes Torres.
Tal representação foi elaborada em virtude das graves denúncias de envolvimento do acima citado Senador com o senhor Carlos apontado pela Polícia Federal como chefe de uma quadrilha que explora o jogo ilegal e preso no âmbito da “Operação Monte Carlo”, que investigava suas atividades no Estado de Goiás.
Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, Após o protocolo desta representação, inclusive, foram divulgadas pelos mais diversos órgãos de imprensa gravações de conversas entre o representado e Carlinhos Cachoeira, na qual este pede ao Senador Demóstenes que converse com o então presidente da Câmara dos Deputados Michel Temer para colocar em pauta um Projeto de Lei de seu interesse, que trata sobre a regulamentação de jogos de azar.
Também foi noticiado pela imprensa que este Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se reunirá apenas no dia 10 de abril, ou seja, 16 dias após a data de protocolo da representação, e ainda assim para a eleição de novo presidente. Diante de tantas denúncias, não nos parece razoável que fato de tamanha gravidade, que coloca em xeque a imagem desta casa, tenha sua apreciação iniciada tanto tempo após a provocação desnecessariamente, dúvida na opinião pública quanto à disposição do Senado Federal em iniciar as investigações.
Tal fato acaba por criar, Isto posto, utilizo-me do presente para solicitar que seja conferida ao andamento da representação acima citada a celeridade que a gravidade dos fatos demanda, bem como que seja convocada reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para esta semana, para que seja finalmente iniciada sua apreciação.
Em tempo, renovo a Vossa Excelência votos de consideração.

SENADOR RANDOLFE RODRIGUES
SENADOR PEDRO TAQUES
SENADORA ANA AMÉLIA

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Atualizada às 19h32