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Domingo, 21 de julho de 2024

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Congresso deve propor revisão do acordo ortográfico da língua portuguesa

Foto: Reprodução/Ilustração

Congresso deve propor revisão do acordo ortográfico da língua portuguesa
Os senadores Ana Amélia (PP-RS) e Cristóvão Buarque (PDT-DF) propuseram a revisão do Acordo Ortográfico da Língua Portugesa (AOLP), que unificou as regras para uso do idioma nos países que foram colonizados por Portugal. O acordo foi alvo de críticas por parte do professor Pasquale Cipro Neto e do historiador Ernani Pimentel, que é o idealizador do Movimento Acordar Melhor. O assunto foi debatido nesta quarta-feira (4/4) durante audiência pública na Comissão de Educação do Senado.


Segundo Buarque e Ana Amélia, o acordo necessita passar por uma reforma para se adaptar ao portugues utilizado na internet e simplificar o uso do idioma.

"Precisamos fazer um conserto do acordo, com a letra s, para reformá-lo, mas também de um concerto, com c, no sentido de fazermos um amplo debate sobre o assunto com os diversos setores envolvidos", afirmou o senador.

O historiador Ernani Pimentel questionou a falta de um amplo debate intersetorial em torno das modificações que foram feitas na língua. O acordo começou a ser elaborado em 1975, foi assinado em 1990, passou a vigorar nos primeiros anos da década passada mas ainda é alvo de críticas por parte de linguistas e professores.

Em sua apresentação, Pimentel citou inúmeras regras gramaticais que, segundo ele, dificultam o aprendizado da língua e criam normais que abrem espaço para exceções e "inúmeras" imperfeições léxicas e linguísticas.

Para o professor e historiador, o decreto presidencial 6583/2008, que instituiu o AOLP no Brasil, prevê que o acordo deve ser executado inteiramente como ele foi concebido, no entanto, deve estar sujeito à análise por parte do Congresso Nacional.

"O Congresso Nacional não foi consultado sobre o estabelecimento deste acordo. A língua é o maior patrimônio que nós temos", declarou.

Segundo ele, o acordo foi firmado de forma unilateral e sem amplo debate por vários segmentos da sociedade. Ele cita a ausência de opiniões da Associação Brasileira de Filologia (Abrafil), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e omissão por parte da Academia Brasileira de Letras (ABL).

"O acordo foi uma imposição ditatorial de um período ditadorial tanto no Brasil quanto em Portugal. Linguistas, pedagogos, professores de portugues, promotores, jornalistas e juízes não foram consultados para a elaboração do acordo", acrescentou.

"A impresão que eu tenho é que o texto do acordo não foi escrito por especialistas. Em Portugal, onde estive recentemente, o portugues está uma verdadeira salada, ninguém respeita as novas normas aprovadas no acordo", sublinhou o professor Pasquale Cipro Neto.
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