Está mais do que aberto o caminho para a cassação do senador goiano Demóstenes Torres (sem partido) por quebra de decoro parlamentar devido às suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou por 23 votos a zero o relatório do senador Pedro Taques (PDT-MT) que atestou a legalidade do processo de cassação do senador goiano.

Os membros da CCJ foram unânimes ao destacar o trabalho do senador Taques em seu parecer, que respaldou tecnicamente o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), que já havia sido aprovado, por 15x0, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.

Os parlamentares votaram com o relator, que comprovou a não existência de vício de constitucionalidade, legalidade ou jurisdicidade no processo de cassação de Demóstenes. Após ouvir as participações dos parlamentares, o senador Pedro Taques afirmou que fez seu parecer com total alegria e segurança.

“Não temos nada contra o pecador, mas precisamos ter contra o pecado. Encerro dizendo que um senador da república recebe esta denominação pois ele é um ancião que defende a ética com responsabilidade. Não há nada mais correto do que a defesa da Constituição”, argumentou.

Ainda em seu relatório, Pedro Taques lembrou que o senador Demóstenes aparece em interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal a partir de autorização da justiça e que faziam parte da Operação Vegas, que investigava as ligações de Cachoeira com o logo ilegal no país. Ele destacou o detalhamento do relatório do senador Humberto Costa no Conselho de Ética.

"Não há dúvidas sobre o correto enquadramento da norma constitucional para perda de mandaot por conduta incompatível com o decoro parlamentar", argumentou.

O sufrágio tanto no Conselho de Ética quanto na CCJ foi aberto e nominal. A matéria será encaminhada à mesa diretora do Senado. O temor dos parlamentares é de que Demóstenes Torres seja absolvido pelo plenário do Senado, que prevê votação secreta.

Atualizada às 12h36.