O deputado Wellington Fagundes (PTR-MT) não esconde sua frustração com o fracasso no processo licitatório organizado pelo Departamnto Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para escolher empresas que deveriam executar obras de duplicação na BR 163/364, entre Cuiabá e a Serra de São Vicente.

Fracassa licitação do Dnit para trecho da 163/364 e Dnit reabrirá processo

O processo relativo ao edital de número 608 foi cancelado nesta segunda-feira (4.3) depois que nenhum consórcio ofereceu valores próximos aos estipulados pelo Dnit.

"É uma frustração fazer todo um trabalho, fazer uma licitação e não chegar a lugar algum. Mas isto não acontece somente no Ministério dos Transportes. Acontece em todas as áreas e em todo o Brasil", afirmou.

O parlamentar critica o baixo valor fixado pelo poder executivo para que as empresas realizem obras. E lembra que é grande o número de obras inacabadas em todo o Brasil por conta de "preços inexequíveis" que são estipulados pelo governo.

"Ninguém vai pegar obra para levar prejuízo. Os preços do governo estão muito abaixo dos de mercado. É por causa disso que existem muitas obras inacabadas. Em muitos casos, é melhor nem ter começado obra nenhuma, pois obras inacabadas acabam se tornando mais caras do que obras iniciadas do zero", completou.

Fagundes aponta falhas na Lei de Licitações (8666.93), que não exigia um atestado das empresas que participavam dos processos licitatórios.

"A Lei 8666 autorizava qualquer empresa sem patrimônio e sem capita a fazer obras. Já o RDC (Regime Diferenciado de Contratações) envolve empresas mais capacitadas a tocar grandes obras. Mas os preços tem que oportunizar a execução das obras", ressaltou.