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Quinta-feira, 15 de agosto de 2024

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O que Marina Silva e a Rede já disseram sobre o governo Temer

Desde que a Câmara deu prosseguimento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 17 de abril, e o Senado a afastou do cargo, em 12 de maio, Marina Silva tem feito declarações pontuais sobre a conjuntura política.

No seu foco estão críticas o governo do presidente interino Michel Temer, defesa da antecipação das eleições presidenciais de 2018 para 2016 e tentativa de fortalecimento das candidaturas municipais do seu partido, a Rede.

Marina ficou em terceiro lugar nas eleições para presidente da República em 2010 e 2014 e hoje é um dos nomes mais fortes para a sucessão. Estes são os movimentos mais recentes da ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente e de sua legenda:

Temer e Dilma: ‘velha política’#

No dia em que o Senado iniciou a sessão que afastaria Dilma, em 11 de maio, Marina, em sua página no Twitter, disse: "Impeachment não é golpe, mas também não resolve a crise". A Rede, em nota à imprensa, disse que a coalizão liderada por PT e PMDB era “a maior responsável pelas crises econômica, social, política e ética que vivemos”, e apontou que o novo ministério, nomeado por Temer em 12 de maio, contava “quase exclusivamente com membros da velha ordem política, parte deles citados nas investigações da Lava Jato”. Em artigo publicado no UOL, Marina disse que o ministério de Temer era "feito da mesma matéria de que era feito o governo Dilma”.

Avaliação sobre a economia#

Em 26 de maio, dia seguinte ao anúncio do governo Temer de suas primeiras medidas econômicas, a Rede de Marina divulgou texto em que apontava o pacote do peemedebista mais como “uma carta de intenções” do que como medidas concretas para tirar o país da crise. A legenda de Marina apontou que a proposta de limitar o aumento dos gastos públicos conforme a inflação não resultava em melhor eficiência do Estado e disse que a limitação dos programas não poderia tratar todos de forma igual, "sob o risco de penalizar uma parcela mais frágil da população”.

Defesa de novas eleições#

Sempre que possível, Marina e a Rede reafirmaram que a solução da crise passaria pela realização de novas eleições. Dos três caminhos em debate (Proposta de Emenda à Constituição, decisão do Tribunal Superior Eleitoral ou plebiscito), Marina prefere a saída via Poder Judiciário: Essa solução depende do julgamento de representações do PSDB sobre possível uso de dinheiro desviado da Petrobras na campanha à reeleição de Dilma e uma decisão que casse a chapa inteira, incluindo Temer, ainda neste ano, o que resultaria na convocação de novas eleições. A Rede insiste no caminho via Judiciário pois entende que a convocação de um novo pleito por outra forma poderia reduzir a pressão pelo julgamento do caso que apura o suposto uso de dinheiro desviado na campanha de Dilma e Temer em 2014.

Candidatos municipais da Rede#

Paralelamente, Marina tem participado de atividades partidárias da Rede em diretórios estaduais que preparam as candidaturas para a eleição municipal de outubro — a primeira a ser enfrentada pela legenda. Em 3 de junho, ela foi a São Luís (MA) para a posse da comissão executiva provisória da Rede no Maranhão, dirigida pelo ex-juiz federal Márlon Reis, um dos autores da Lei da Ficha Limpa. No dia 1º de junho, esteve em Belém (PA), em evento que informou que a Rede terá seis-pré candidatos a prefeito e 43 pré-candidatos a vereadores em cidades do Pará. E, em 27 de maio, participou de ato em Porto Alegre (RS) com integrantes do partido. Na terça-feira (7) Marina vai a Guarulhos, na Grande São Paulo, para lançar o pré-candidato a prefeito apoiado pela legenda na cidade, Gustavo Henric Costa, do PSB,  e de seu vice, Alexandre Zeitune, da Rede. Na semana que se inicia no dia 13, Marina participa de eventos da legenda no Espírito Santo e em Minas Gerais.

Elogio ao ministro da ditadura#

No domingo (5), Marina publicou em seu perfil no Facebook uma mensagem em que citava pontos positivos da trajetória do ex-ministro Jarbas Passarinho, morto no mesmo dia aos 96 anos, e famoso por seu apoio ao AI-5 (Ato Institucional nº 5), que cassou direitos políticos e abriu espaço para o endurecimento da repressão que torturou e assassinou militantes políticos.

Em sua mensagem, Marina lembrou que foi alfabetizada pelo sistema Mobral, criado por Jarbas Passarinho quando ele era ministro da Educação do regime militar, e elogiou as "evidentes qualidades intelectuais e habilidades políticas, com as quais se tornou um interlocutor das oposições de grande ajuda em momentos críticos” do ex-ministro, lembrando sua atuação em defesa das populações indígenas durante a Assembleia Constituinte, em 1987.

O filósofo e ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro reagiu, na mesma rede social: “Chocado. Com o texto de Marina. Sempre a defendo de seus críticos. Mas hoje não dá”, escreveu.

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