É o super Pedro Taques

Na minha infância, me divertia lendo história de quadrinhos do super homem. Era o meu ídolo. Queria ser igual. Mas fui crescendo e comecei a entender que tudo não passava de fantasia e que nunca iria ver um super homem de verdade. Um ledo engano. Não sabia eu que, nas entranhas da Procuradoria da República em Mato Grosso, iria ser forjado o super homem de carne e osso, que atende pelo nome de Pedro Taques.

Com certeza, não é capaz de fazer as proezas do meu ídolo, no entanto, no seu íntimo, acredita que tem super poderes e se vangloria disso, apesar de andar de carro blindado porque não é imune as balas. Não importa. É o poderoso no combate a criminalidade como o meu herói. Não tem medo de enfrentar nenhum vilão e coloca todos na cadeia com a proteção e ação providencial da Polícia Federal.

O Clark Kent, o super homem disfarçado, era uma pessoa humilde, talvez, tímida demais. Já o nosso super herói é auto suficiente e convencido dos seus poderes. Fiz esse paralelo para expressar o meu espanto, a minha perplexidade, com a arrogância do senador eleito de Mato Grosso, José Pedro Taques (PDT). Dias atrás, ao fazer uma palestra na Unic, apresentou alguns slides que iria ser usado na sua campanha vitoriosa.

Num deles, aparece vestido de super homem. Isso mesmo, pasmem, vestido de super homem. Segundo ele, era uma espécie de simbologia do seu trabalho no combate ao crime organizado e aos bandidos do Estado.

É verdade que teve uma participação decisiva no desmantelamento da organização Arcanjo. Um grande feito, sem dúvida. Mas alguém lembra de outra operação desenvolvida por ele que teve também resultado positivo? Ah! Já ia me esquecendo do trabalho que realizou no Acre em que o ex-coronel, que era deputado (não lembro o seu nome), foi preso por mandar matar gente naquele estado. O trabalho do nosso super homem no combate ao crime, ao que parece, se reduz nesses dois casos. As outras operações desenvolvidas por ele deram com os burros n"água, como o episódio da morte do juiz Leopoldino Amaral que até hoje ninguém sabe o que realmente aconteceu.

O meu herói, no entanto, a cada episódio, colocava um bandido na cadeia. E, mesmo assim, não se vangloriava e não buscava os holofotes. Ao contrário, fazia de tudo para ficar anônimo. Cumpria todas as promessas e se dissesse que iria acabar com as mordomias dos políticos, seria o primeiro a recusar as benesses que são oferecidas. Não jogava para a platéia. Mesmo tendo super poderes queria ser um simples mortal.

O nosso super herói, apesar de não ter os super poderes, acha que é super homem projetado na história em quadrinhos. Gosta de propagar os seus feitos e aparecer na mídia. Para tanto, está contratando como assessor de imprensa um jornalista de um grande órgão de São Paulo . Quer ter espaço na mídia nacional. Quem sabe, assim, o Brasil também sucumbe ao encanto dos seus poderes, já que, nos anos em que passou em São Paulo, na Procuradoria da República, não conseguiu nada de destaque, embora o PCC seja uma organização muito mais poderosa que a de Arcanjo.

Já começo a suspeitar que o objetivo do nosso super homem não é apenas ser o próximo governador de Mato Grosso como confessou ao senador Jaime Campos (DEM). Sei não. Acho que o nosso avião, ou melhor, o nosso super homem pretende aterrissar no Palácio do Planalto. É um pássaro? Não! É um avião? Não! É o super homem? Não! É o super Pedro Taques pousando no Senado Federal para conquistar o país.

Todo o sonho de Pedro Taques poderá se tornar realidade. Por que, não? No entanto, acho que a arrogância e a prepotência poderá agir como "krypitonita" e destruir a imagem de Taques. E, na política, a imagem é tudo. O conteúdo, só um assessório.
Em tempo: Pedro Taques também apresentou um slide onde era apresentado como Touro Indomável. É a história de um boxeador americano.