O ex-deputado estadual José Riva comentou no PodOlhar sobre o tratamento recebido quando julgado por Selma Arruda, juíza que atuou na Sétima Vara Criminal de Cuiabá e que foi responsável por prisões preventivas e processos contra o ex-parlamentar. Para Riva, Selma, hoje aposentada, tinha o objetivo de se projetar politicamente. A magistrada aposentada chegou a ser eleita senadora, mas acabou cassada pela Justiça Eleitoral. As declarações foram feitas no podcast do Olhar Direto em entrevista aos jornalistas Airton Marques e Arthur Santos da Silva. 

ASSISTA A ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM O EX-PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA, JOSÉ RIVA:



“A doutora Selma era uma das poucas juízas que, em determinado momento, ofendia a gente. Ela fazia um interrogatório apelativo, te condenando, ou seja, sabia que você estava condenado. Mas não era só esse aspecto, porque a condenação é uma alternativa do processo. Você pode ser absolvido ou condenado. É natural que num processo como esse, você não esperava nada diferente. Era a forma como você era tratado. Eu não adentro a essa discussão, porque daqui a pouco vou me emocionar aqui, mas era humilhante a forma como ela fazia com o Silval (Barbosa, ex-governador), comigo, com o Bosaipo (ex-deputado estadual) e a forma que ela expunha a gente. Nas audiências, no antes da audiência”, comentou Riva.
 
No âmbito estadual, Riva sofreu prisões preventivas em operações como a Imperador, Metástase e Ventríloquo. Os mandados eram assinados por Selma Arruda. O tratamento durante audiências de instrução em processos também faz parte das reclamações de Riva.
 
“Na audiência, quando você falava alguma coisa, você era ameaçado, você está na mão do juiz que tem a caneta, você é intimidado, um cara intimidado fica acuado, porque a justiça tem que agir com imparcialidade. E a doutora Selma julgava com rancor, com raiva. Tanto é que você vê as decisões dela ser alteradas no tribunal, muitas nem em relação a mim, porque ela tentou de todas as formas chegar ao Senado”.
 
“É muito fácil um juiz, um desembargador, um promotor, fazer o nome dele com a caneta. Enquanto você trabalha, feito um condenado, correndo toda a base em busca de melhorar a qualidade de vida das pessoas, e você nem sempre consegue, porque o deputado estadual é muito limitado, mas eu tive uma vida parlamentar que poucos falaram sobre isso”.
 
Questionado se chegou a sofrer intimidações como o ex-governador Silval Barbosa, que segundo um de seus ex-advogados era posto nu antes de audiência, Riva preferiu não responder, dizendo não querer falar sobre o assunto.
 
“Desculpa, eu não gosto de falar. Me emociona. Eu passei por uma situação mais degradante que essa. Mas eu fui bem tratado pelos agentes prisionais. Destaco aqui. A minha vida melhorou muito lá dentro com eles. Eles foram excepcionais. Em nenhum momento me senti perseguido. Mas quando se fala de juízo, especialmente da juíza Selma, eu não gosto de conversar sobre isso”.
 
Após ser eleita senadora, Selma Arruda foi cassada pela prática de abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos nas Eleições Gerais de 2018. Riva, porém, não se refere ao fato como uma vingança.
 
“Eu acho que vingança é uma coisa ruim. Você tem que tocar a vida e esquecer. Achei que foi ruim para Mato Grosso, porque... Foi ruim para ela, foi ruim para Mato Grosso, porque você vê um senador ser cassado por uma atitude tão amadora, que é uma coisa que quase todos os políticos fazem, mas ela fez de uma forma tão amadora que acabou sendo cassada. Então, eu não gosto nem de comentar isso, é uma coisa muito dela. Peço a Deus que ela tenha uma boa vida fora da política e fora da justiça e vamos tocando a vida”.

Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui