Convocado pela primeira vez para disputar uma Copa do Mundo, o zagueiro Thiago Silva, do Milan, não programou nenhuma concentração ou festa para acompanhar o anúncio da lista dos jogadores que vão à África do Sul com medo de se frustrar.
O ex-jogador do Fluminense tinha Miranda, do São Paulo, como principal rival pela última vaga para a zaga da seleção. Os outros zagueiros chamados, Lúcio, Juan e Luisão, eram nomes certos.
"É claro que a ansiedade era incontrolável. A gente não fez nada, não preparou nada, até porque seria muito frustrante se não acontecesse. Foi difícil esperar o momento da convocação, porque você cria uma expectativa muito grande", disse Thiago Silva, por telefone, à Folha.
"Quando você já tem a certeza [de que será chamado], é titular há muito tempo, tudo fica mais fácil. Mas, acredito que mesmo esses jogadores estavam nervosos, não no mesmo ponto que eu."
Companheiro de time de Ronaldinho, o zagueiro afirmou que ainda não conversou com o meia-atacante, que não vinha sendo lembrado pelo técnico Dunga, mas que teve seu nome cogitado para retornar à seleção nos últimos meses.
"A gente ainda não se falou, mas é lógico que ele esperava a convocação, até por sua capacidade técnica. Mesmo ele tendo vencido o prêmio de melhor do mundo, vivia expectativa de ser chamado", adicionou.
Thiago Silva também comentou as duas maiores polêmicas da convocação: a ausência de Paulo Henrique Ganso e Neymar, santistas que gozavam de grande apelo público, e a troca de Adriano por Grafite.
"Ele [Dunga] foi coerente com tudo aquilo que ele passou. Se tiver que errar, será pela cabeça dele, não pela dos outros."
"É uma situação complicada [a do Adriano]. Muita gente não esperava que isso iria acontecer. Mas, a gente sabe que futebol é o presente, aquilo que ele está fazendo no momento. Teve algumas notícias que saíram do Adriano que o atrapalharam. Não sei o que aconteceu, mas a escolha pelo Grafite não é assustadora. Sei a capacidade que ele tem", completou.