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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Sociedade Brasileira de Urologia denuncia precariedade no atendimento pelo SUS

O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), José Carlos de Almeida, apresentou hoje (04) um dossiê ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, denunciando diversos problemas nos atendimentos urológicos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


O presidente da entidade considerou a reunião satisfatória. “O ministério se prontificou a criar um calendário com reuniões periódicas para acompanhar a evolução do tratamento urológico pelo SUS. Nos informaram que seria possível a destinação de mais verbas, mas deixaram claro que esta não é uma atribuição apenas do governo federal e que é necessário a atuação conjunta dos gestores municipais e estaduais”, afirmou.

Segundo dados da SBU, existem mais de 2.500 pacientes utilizando sonda, que precisam retornar ao hospital de 30 em 30 dias, enquanto aguardam a cirurgia de próstata que demora cerca de cinco meses para ser realizada.

O médico urologista do Hospital da Santa Casa de Campo Grande (MS), Alexandre Campos Bom Fim, explica que 80% dos atendimentos urológicos necessitam de procedimentos invasivos (cirúrgicos) e grande parte dos equipamentos pertence aos médicos que trazem de suas clínicas particulares.

“O médico tem quase que pagar para fazer a cirurgia, agora até o material para fazer a esterilização precisamos comprar. Além disso, muitos médicos são contratados para fazer consultas e não recebem pelas cirurgias”, denuncia o urologista.

Bom Fim disse que devido às longas filas de espera para o atendimento, o diagnóstico ou o tratamento acabam sendo tardios e agravando a doença. “Alguns pacientes entram no hospital com cálculo renal e acabam perdendo o rim”, afirmou.

O especialista em urologia do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília, Bruno Vilalva Mestrinho disse que no Distrito Federal morrem por ano cerca de 500 pessoas com câncer de próstata que não conseguiram ser atendidas a tempo de fazer a cirugia. No país o número chega a cerca de 50 mil por ano.

“A espera por cirurgias urológicas chega a até cinco e as vezes é tarde. Em 2008 foram realizadas trezentas cirurgias, muitas aguardavam a vários anos”, disse.

O chefe do Serviço de Urologia do Hospital de Base de Brasília, Dídimo de Carvalho Telles, relata que apesar de fazer o atendimento pelo SUS o Hospital de Base tem uma realidade diferente dos demais hospitais do país.

“Recebemos pacientes de todo o país, por isso somos priorizados para o envio de recursos públicos. Atualmente existem 190 pacientes em fila de espera para fazer cirurgias de cálculo renal, uretra e retirada de rim e mais 60 pacientes que aguardam que o equipamento para tratamento urinário à laser seja consertado. Mesmo assim estamos em situação muito melhor”, afirmou.

Roque Dias Santana, de 60 anos, é um dos que esperam na fila do Hospital Regional de Campo Grande para fazer uma cirurgia de próstata. “Eu nem lembro direito o tempo que eu tô esperando, mas faz mais de seis meses. A doutora disse que no momento não estão fazendo cirurgia de graça, mas eu não tenho dinheiro pra pagar”.

A reportagem da Agência Brasil, até o final da apuração desta matéria, não conseguiu retorno do Ministério da Saúde.
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