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Quarta-feira, 31 de julho de 2024

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Larissa Riquelme irá correr nua em Assunção neste domingo

E. já lecionou em escolas da Zona Oeste, próximas de favelas dominadas por traficantes, e também em bairros do subúrbio do Rio, onde enfrentou situações de violência, inclusive ameaças de morte.


"Em uma escola em Santa Cruz, certa vez, dois grupos de adolescentes, que representavam facções criminosas rivais, entraram em confronto e quase destruíram a escola inteira. Quebraram carteiras, arrombaram portas, jogaram bombas tipo morteiros pelos corredores que causaram uma explosão assustadora. Um horror. Aquele prédio, frio, com aquelas pilastras de concreto, os portões de ferro, parecia que estávamos no meio de uma rebelião em um presídio", compara.

Filho, também professor, já enfrenta problemas
De família de professores, apesar da experiência traumática E. não conseguiu impedir o filho mais velho, de 33 anos, de seguir a mesma carreira. Ele, que está terminando o doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), também já sente as dificuldades de trabalhar em escolas que viraram palco de delinquentes.

"Quando sai de casa, ele me diz: 'Mãe, lá vou eu de novo para mais um dia no inferno’." Há cerca de um mês, seu filho presenciou uma briga entre alunos. Um deles jogou um explosivo sobre o outro, atingindo o pé do aluno que foi levado sangrando para o hospital.

E., durante um período que deu aulas em um colégio de São Gonçalo, na Região Metropolitana, sofreu mais um trauma. Foi ameaçada de morte ao comunicar a um aluno que havia sido reprovado.

"Ele voou no meu pescoço e disse que eu ia acabar com a boca cheia de formiga. Naquele dia, ao chegar em casa entrei numa crise histérica. Aos gritos, comecei a quebrar tudo que encontrava pela frente. Destruí minha cozinha. Meus filhos levaram quase três horas para me acalmar. Quem dedicou a vida inteira para oferecer o melhor para seu semelhante, que é a educação, não merece isso", lamenta, sem esconder as lágrimas.

Cópias dos dossiês produzidos pelo Sepe foram encaminhadas, além das secretarias de educação estadual e municipal, para a Comissão de Direitos Humanos e de Educação e Cultura da Câmara dos Vereadores e para o Ministério Público estadual

Resposta da Secretaria de Educação
Em resposta ao G1, a assessoria da Secretaria Municipal de Educação enviou a seguinte nota:

"A Secretaria Municipal de Educação esclarece que em abril deste ano, foi instituído o Regimento Escolar Básico do Ensino Fundamental. O regimento, entre outras medidas de caráter pedagógico e disciplinar, estabelece normas de condutas para os alunos nas escolas da rede municipal.

A Secretaria Municipal de Educação informa que o regimento instrumentaliza os diretores e professores e, ainda, valoriza o trabalho deles. Além de nortear o comportamento dos alunos, o regimento escolar resgata a autoridade do professor e faz com que os alunos passem a respeitá-lo mais.

Esse documento é um instrumento de trabalho de diretores e professores, para que possam ensinar em um ambiente tranquilo. Todas as medidas adotadas têm como objetivo estabelecer uma cultura de paz e garantir às nossas crianças o direito de aprender e sonhar com um futuro.

O Regimento Escolar Básico do Ensino Fundamental determina aos estudantes que não será permitido qualquer comportamento de agressão física, verbal ou eletrônica a aluno, professor, funcionário da unidade ou demais representantes da comunidade escolar. Também não será permitido o uso de adereços que expressem insinuações sexuais nas dependências da escola, bem como o uso do celular e de quaisquer aparelhos eletrônicos portáteis nas salas de aula."
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