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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Peça com Mary-Louise Parker na Broadway é mal recebida pela crítica

Assistir à atriz Mary-Louise Parker --que interpreta na série "Weeds" uma mãe que cultiva maconha para pagar as contas-- na pele de uma mulher oprimida pela sociedade conservadora do final do século 19 poderia trazer boas surpresas para o público. 


Não foi essa, no entanto, a reação dos críticos da Broadway na estreia neste domingo (25) da peça "Hedda Gabler", do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906).

As resenhas publicadas nesta segunda-feira em veículos como o "New York Times" e "Variety" consideram a apresentação melancólica demais. Para elas, o problema não está propriamente na performance de Parker, mas na adaptação da obra.

Para os críticos, o texto assinado pelo roteirista Christopher Shinn deixou de fora um dos aspectos cruciais da obra, que é o contexto histórico-social e a reflexão psicológica sobre ele. Sem esses elementos, o fracasso de uma mulher inteligente e espirituosa frente a um clube de cavalheiros machistas perde o sentido.

A tentativa de trazer a aflição de Hedda para os dias atuais acabou esvaziando a profundidade da personagens, segundo a crítica. Para David Rooney, da "Variety", "isso transforma uma das mais convincentes e complexas mulheres no drama moderno em apenas outra petulante, explosiva e raivosa narcisista".

"Frequentemente, ela parece movida por um ciúme bobo do que por pânico", escreve o crítico.

A peça, executada em dois atos, pareceu tediosa também para Ben Brantley, do "New York Times". Além de concordar com o ar insolente dado à protagonista, diz também que outros personagens, como o marido de Hedda, Jorgen Tesman (Michael Cerveris), ficam "fora de lugar".

Uma leve exceção às ácidas críticas ficou por conta da produção da peça, que caprichou no cenário (assinado por Hildegard Bechtler) e no figurino (confeccionado por Ann Roth) que, apesar de reproduzirem bem a época, não chegam a surpreender.

O maior lamento de Brantley, no entanto, foi para o diretor Ian Rickson, que em sua opinião havia feito ótimas adaptações na Broadway, como "Seagull".

A peça estará em cartaz até o dia 29 de março no American Airlines Theatre, em Nova York.
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