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Domingo, 28 de julho de 2024

Notícias | Economia

Febraban faz cálculo alternativo de spread

Sob intensa pressão do governo para reduzir o spread (diferença entre a taxa de captação de recursos e a cobrada nos empréstimos), os bancos se movem para dar sua versão sobre o assunto. Ontem, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou um estudo que mostra um spread inferior ao das estatísticas do Banco Central (BC).


O argumento da entidade está centrado no fato de que o BC só considera os chamados recursos livres em seus relatórios sobre crédito. Nas contas da Febraban também entraram os recursos direcionados, como o dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os depósitos na caderneta de poupança.


Segundo a Febraban, nas pessoas físicas, o cálculo do BC engloba 51,5% do saldo total das operações. Com a inclusão de outras modalidades (como leasing e crédito habitacional), esse porcentual sobe para 76,6%. Nas pessoas jurídicas, os dados do BC incluem 41,9% do total, ante 71,7% da Febraban.


O economista-chefe da entidade, Rubens Sardenberg, frisou que o objetivo dos bancos não é contestar a autoridade monetária. “Queremos ajudar o BC, complementar seu trabalho”, disse. “É um relatório (do BC) muito bem feito, mas foi criado há cerca de 10 anos.”


Terça-feira, o BC informou que o spread médio geral (que inclui pessoas físicas e jurídicas) atingiu 30,6 pontos porcentuais em dezembro, o maior nível em cinco anos. Pela metodologia da Febraban, esse número seria de 22,5 pontos porcentuais - uma diferença de pouco mais de 26%.


Esta não é a primeira ocasião em que a Febraban vem a público para tentar explicar o spread no Brasil - o mais alto do mundo de acordo com levantamentos elaborados por instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2004, a entidade contratou a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) para fazer um estudo sobre spread. Na época, os autores do trabalho concluíram que o spread líquido (ou seja, dinheiro que sobrava para os bancos) era de 11,22% das receitas totais nas pessoas físicas e 1,84% nas pessoas jurídicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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