O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador José Silvério Gomes, disse ao
Olhar Direto que aguarda do relatório da perícia nos computadores do Departamento Judiciário Auxiliar (Dejaux), que pode confirmar as denúncias de fraude de distribuição de processos no Poder Judiciário.
Uma empresa de Brasília (DF) foi contratada pelo Tribunal a pedido da Comissão de Auditoria Técnica de Tecnologia da Informação, sob a coordenação do desembargador Márcio Vidal, e pelo menos quatro máquinas foram analisadas.
“Sabemos a complexidade do sistema e, por isso, queremos uma análise minuciosa”, declarou o presidente que deverá receber o documento nos próximos dias e dar continuidade na investigação.
Embora a auditoria seja interna do TJMT, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizou uma inspeção no setor de informática devido às denúncias de fraudes e de venda de sentença. O Conselho decidiu intervir na questão em meio à crise do Judiciário e também por causa de um ofício feito por desembargadores de Mato Grosso relatando as irregularidades e falhas.
A investigação teve início a partir do fato ocorrido no dia 10 de março no Dejaux, quando o ex-coordenador do departamento, Mauro Ferreira Filho, foi flagrado por outra funcionária ao praticar atos considerados suspeitos.
Porém, uma investigação sobre venda de sentença em Mato Grosso consta no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que resultou na operação Asafe da Polícia Federal, no mês de maio, e prendeu temporariamente oito pessoas, sendo a maioria advogados. Também contou com depoimentos de juizes e desembargadores, alvos de mandados de busca e apreensão.