Passados quatro meses no comando do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o desembargador José Silvério Gomes, não esconde a turbulência que vive desde que assumiu a presidência da instituição e afirma: “se eu soubesse que seria tão problemático, não teria me aventurado”.

A declaração do magistrado soa no mínimo como um desabafo de quem assumiu em mandato tampão, até fevereiro de 2011, na vaga deixada pelo desembargador Mariano Alonso Ribeiro Travassos, aposentado por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em entrevista ao Olhar direto, Silvério demonstra as dificuldades encontradas no Poder Judiciário diante de escândalos envolvendo os magistrados e a necessidade de intervenção direta do Conselho, que além de aposentadorias compulsórias também apura possíveis irregularidades no setor financeiro, além da crise gerada pela greve dos servidores.

“Todo magistrado tem a pretensão de um dia chegar na cúpula do órgão, mas não imagina que vai ter que passar por tanta coisa assim”,destaca o desembargador com as experiências adquiridas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em 2007.

Com um perfil de homem correto e sem pertencer a grupos políticos na magistratura, o presidente do TJMT também ressalta que não pretende deixar o cargo ao contrário do que vem se cogitando. Também afirma que não é candidato a reeleição e diz que até o momento nenhum desembargador teria manifestado interesse. “É difícil, mas não podemos fugir”, pontuou.