O ex-governador Blairo Maggi (PR), que hoje disputa vaga no Senado, contesta a resistência dos servidores do Poder Judiciário em manter a greve que já dura três meses, e afirma que as cartas de crédito do governo é a única alternativa para a quitação dos R$ 200 milhões pendentes com as perdas financeiras decorrentes da conversão da moeda para o Real, a Unidade Real de Valor (URV).

À frente do Executivo por dois mandatos, Maggi avalia que os créditos nada mais são do que precatórios transformados em títulos que tem valor e correção. Também aponta que não há burocracia em resgatá-los, ao contrário do que vem alegando a categoria que já rejeitou a proposta e decidiu manter a paralisação.

O republicano observa que os créditos podem ser trocados no mercado, entre empresários e comerciantes que recolhem os documentos e os utilizam para abatimento no ICMS. 

O presidente do Tribunal, desembargador José Silvério Gomes, lamentou a decisão dos servidores do Poder Judiciário em manter a greve e afirma que aguardará uma nova contraproposta do Sindicato dos Servidores (Sinjusmat), na tentativa de encerrar a paralisação.

Atualmente o Judiciário conta com 5,5 mil servidores. Apesar de resistirem em retornarem ao serviço, o Sindicato já anunciou que vai cumprir apenas os 30% determinados em lei e reiterados em decisões dos próprios desembargadores do Pleno do Tribunal de Justiça.