A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, em permitir o retorno de 10 magistrados de Mato Grosso que foram afastados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sob acusação de desvios de conduta, ética de recursos, desacredita a Justiça e estimula a corrupção e a improbidade no âmbito do Poder Judiciário mato-grossense.
A avaliação é do diretor da ONG Moral (Movimento pela Moralidade Pública) e membro do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), Gilmar Brunetto, que está em Brasília cumprindo agendas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Essa decisão do ministro Mello, além de desacreditar a Justiça em Mato Grosso, joga um balde de água fria na sociedade brasileira porque esvazia o CNJ e coloca em risco o controle externo do Poder Judiciário, que foi uma das grandes conquistas dos últimos anos", assinala Brunetto.
Ele lembra que o controle externo é vital para combater a corrupção no Judiciário mato-grossense, que tem um elevado número de denúncias contra magistrados, sobretudo por vendas de sentenças e desvios de conduta.
"Agora só nos resta torcer para que os outros ministros tenham outro entendimento, pois o do ministro Mello representa um retrocesso, uma ameaça contra as conquistas obtidas pela sociedade", pondera.