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Sábado, 20 de julho de 2024

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Negociações climáticas da ONU sofrem retrocesso em Bonn

Negociações climáticas da ONU sofrem retrocesso em Bonn
As negociações climáticas da ONU retrocederam ao invés de avançarem na direção de um novo tratado global sobre o tema, já que os países envolvidos relutam em aceitar reduções expressivas nas suas emissões de gases do efeito estufa, e continuam acrescentando propostas ao documento-base.


Ao final de uma nova reunião técnica, nesta sexta-feira, em Bonn (Alemanha), era palpável a frustração dos delegados, que veem como cada vez mais improvável a conclusão do processo na conferência climática do fim do ano em Cancún (México). Até lá, só haverá mais uma reunião de trabalho, em outubro, na China.

"Vim a Bonn esperançoso de um acordo em Cancún, mas a esta altura estou muito preocupado, pois vi alguns países recuando do progresso feito em Copenhague", disse Jonathan Pershing, sub-representante dos EUA na negociação.

O texto-base da negociação, que chegou a ter 200 páginas antes de ser reduzido a 17, voltou a crescer para 34 páginas no último dia da reunião de Bonn. Alguns países recuaram de consensos alcançados na conferência do ano passado em Copenhague, e algumas propostas foram acrescentadas ou reinseridas.

Uma das opções que voltaram ao texto foi a de que até 2050 o mundo se comprometa com uma redução de pelo menos 95 por cento das suas emissões de gases do efeito estufa, em relação aos níveis de 1990.

"O texto é maior do que precisava ser para chegarmos a um acordo em Cancún," disse Pershing.

"Ainda estamos tendo de captar os novos acréscimos ao texto", disse Dessima Williams, que preside a Aliança dos Pequenos Estados Insulares.

Ela disse que nas discussões a portas fechadas não viu esclarecimentos dos países ricos a respeito das suas promessas de reduções de emissões.

"Não podemos antever nenhuma grande mudança em relação ao que tínhamos em Copenhague, que era uma redução de 12 a 18 por cento, enquanto o IPCC (comissão científica da ONU) pedia 25 por cento. Estamos longe disso nas cifras agregadas", afirmou.

Já Pershing disse que a discussão esteve excessivamente voltada para colocar o ônus das reduções apenas sobre os países ricos, e não sobre todas as nações.

Divergências entre países ricos e pobres já haviam sido o principal fator responsável para que a conferência de Copenhague terminasse sem a adoção de um tratado juridicamente vinculante.
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