No Pan Pacífico de Natação, foram mais três medalhas de bronze para o Brasil. Thiago Pereira nos 400 metros, quatro estilos; Fabíola Molina nos 50 metros costas e Cesar Cielo nos 100 metros livre, prova em que é recordista e campeão mundial. A expectativa era pelo ouro, mas Cielo quase ficou de fora da final.

Cesar Cielo acordou com a cara de sono habitual e foi nadar as eliminatórias dos 100 metros livre. Braços, pernas, corpanzil, estava tudo na piscina, mas a cabeça...

O 11º tempo deixava o recordista de fora da final. Aquele nadador vibrante ficou com cara de susto. Mais tarde ficou sabendo que estava classificado, já que, pelo regulamento, um país só pode ter, no máximo, dois atletas nas finais. Austrália e Estados Unidos excederam esse número.

“Eles me deram essa final de presente. Falando a verdade, nem merecia estar na final”, confessa César Cielo.

Final dos 100 metros livre. Cielo dominou a prova nos primeiros 50 metros, mas depois foi ultrapassado e terminou na terceira colocação. Quando saiu da piscina, caiu no choro.

“Ver a bandeira [do Brasil] no lado que não seja o primeiro lugar não é o que eu quero para mim. É difícil treinar o semestre inteiro e não dar certo. Mas eu prometi para mim mesmo que muita coisa boa vai sair da prova de hoje [sexta-feira]. Prometi, também, que ninguém vai nadar tão rápido. O que eu passei hoje eu não quero mais para mim”, desabafa o nadador.

É difícil entender o que passou na cabeça deste super atleta desde o início do dia. Mas enxergar o que passou pela cabeça é mais fácil: mais uma medalha. Essa é a segunda de Cesar Cielo no Pan Pacífico, em dois dias de competição.

“Não quero fazer o que eu fiz hoje na piscina: chegar e deixar o Brasil em terceiro .Será tudo aprendizado. Tirar os erros e tirar o que é bom nessa derrota e não deixar acontecer de novo", promete o campeão mundial.