O calendário de queima controlada está sendo desobedecido em Mato Grosso. A afirmação é do coordenador do Programa Nacional de Redução do Uso do Fogo nas Áreas Rurais e Florestais (Pronafogo) do Ministério do Meio Ambiente, Vanius Amorin. Segundo ele, os órgãos ambientais não estão autorizando queima autorizadas em Estado algum.

“Em Mato Grosso insistem em continuar com esta prática de por fogo para abrir novas áreas. O período permitido, entre maio e junho e após setembro, está sendo desrespeitado. As queimas não autorizadas aliadas à estiagem prolongada estão sendo responsáveis pelos incêndios florestais e nas áreas rurais”, afirmou.

De acordo com Amorin, Mato Grosso possui características distintas dos demais Estados. Por este motivo, exige uma maior atenção por parte das autoridades.

“Mato Grosso é um Estado muito extenso e possui intensa atividade agropecuária e, por isso, requer recursos para prevenção e fiscalização de incêndios. O desafio é substituir o uso do fogo por outras técnicas para abrir novas áreas. As queimadas comprometem o ecossistema de forma paulatina”, declarou.

O Brasil registrou no último fim de semana 13 mil focos de incêndios em cinco estados da Amazônia e do Centro-Oeste. Somente este ano, foram detectadas 284 mil queimadas, quase o mesmo total daquelas ocorridas em 2005 — o índice é o maior nos últimos cinco anos.

Pelo menos 150 militares do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) estão sendo deslocados para Marcelândia e Nova Bandeirante, em Mato Grosso, Ilha do Bananal (TO) e Rondônia, para auxiliar as brigadas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), onde a situação é considerada de alto risco.