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Sábado, 04 de maio de 2024

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Coluna do Auro Ida

Saudosista, articulista discorre sobre cabos eleitorais

Cabos eleitorais



O pulmão dos partidos, uma década atrás, era os militantes, que, munidos pelo amor a legenda, saiam as ruas para defender suas bandeiras, seus candidatos etc. A discussão, ás vezes, era acolorada devido "paixão" pela polí­tica. Os anos passaram, veio a redemocratização, e, aos poucos, os militantes foram, quase que impercetivelmente, sendo substituí­dos pelos cabos eleitorais.

Os grandes partidos como PMDB, DEM e PSDB foram os primeiros a sofrerem essa transformação e, por último, o PT. Os tempos dos grandes comí­cios foram substituí­dos pelos showmí­cios e, com a sua proibição, agora se vê pequenos comí­cios compostos basicamente de cabos eleitorais dos candidatos majoritários e proporcionais. A polí­tica mudou de fisionomia e os polí­ticos mudaram de cara.

Oa grandes oradores deram lugar aos grandes artistas de TV e rádio, onde a disputa passou a ser travada de forma mais intensa. Hoje é tempo de marketeiro, da plástica. Lembro-me da primeira campanha de Dante de Oliveira ao governo do Estado, em 1994. Tinha a missão de fazer a cobertura de suas ações.
Nunca, em toda minha vida, andei tanto. Ele visitava casa por casa em Cuiabá e Várzea Grande e, ao final, reunia multidões para ouví­-lo. Dante era, para uma parcela considerável de seus eleitores, uma paixão. Gente que chorava, gritava e tinha o prazer em apenas apertar a sua mão. Um grande lí­der. Um grande polí­tico.

Hoje, infelizmente, o tratamento é mais frio. Não vejo mais "amor" em fazer polí­tica. Tudo virou "negócio" e até o eleitor, numa parcela respeitável, também entrou no jogo. "Quanto você me dá pelo meu voto", costumo ouvir. Ou ainda: "vendo meu voto". É triste. Sou saudosista e tenho esperança ainda de ver, novamente, a polí­tica sendo feita com amor e paixão e, o que é importante, buscando o melhor para a população.

Um dos sí­mbolos de amor e paixão na polí­tica, para mim, nos últimos anos, era Gugu. Um sujeito humilde, que, em 2004, o vi, solitário, com a bandeira do então candidato a prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), na rotatória do bairro Cidade Verde, sem medo de ser feliz, apesar da pesquisa IBOPE ter colocado, na época, o candidato do PT, Alexandre César, com 20 pontos na frente.

"Gugu, você está louco, sózinho defendendo o Wilson", observei. "Nós vamos ganhar as eleições, Auro", me respondeu. Militante é assim, mesmo com missão quase impossí­vel, continua acreditando na vitória. Para sua felicidade, Wilson Santos protagnonizou, naquela eleições, em menos de duas semanas, uma das maiores viradas da história eleitoral de Mato Grosso.

Hoje decepcionado, Gugu anda com um bone "No. WS". É um dos últimos "moicanos" que está virando cabo eleitoral. Não sei qual é o caminho para resolver o problema, especialmente porque, a cada eleição, aumenta o número de empregos gerados pela polí­tica. Até mesmo o ex-procurador da República, Pedro Taques, candidato do PDT ao Senado da República, contratou dezenas de cabos eleitorais.

Me contaram, não sei se é verdade, que ele fez a exigência, antes da contratação, que cada um apresentasse a ficha corrida. Pedro Taques estaria criando a figura de cabos eleitorais "ficha limpa". Se isso for verdade, só falta ele agora pedir "voto limpo". Deixando a brincadeira de lado, é preciso repensar o jeito de fazer polí­tica e criar, de volta, o amor, a paixão em torno dos partidos e candidatos, Só assim, vamos ter governantes mais humanos e sensí­veis. Espero.
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