O vereador Júlio Pinheiro (PTB) deve ser eleito prefeito da Câmara Municipal de Cuiabá em eleição marcada para às 17h de quarta-feira, 25, após o prefeito Chico Galindo, também da sigla petebista, ter agido forte nos bastidores para desmontar o grupo liderado pelo atual presidente do Poder Legislativo, Deucimar Silva (PP), que apóia a chapa encabeça por Advair Cabral (PDT).

Pinheiro, segundo apurou o Olhar Direto, já teria 'amarrado' 10 votos e, como a Câmara tem apenas 19 parlamentares, a sua eleição está praticamente garantida, embora outros processos de sucessão no legislativo cuiabano tenham sido marcados por "traições de última hora".

E traição é o que não falta. A vereadora Lueci Ramos (PSDB), que até ontem estava na lista de apoio de Advair Cabral, deve constar da chapa liderada por Pinheiro como primeira secretária, mesmo cargo que iria disputar na chapa do pedetista. Arnaldo Penha (PMDB) deve ser o vice-presidente. Antonio Fernandes (PSDB), que também estava no grupo de Cabral, decidiu abandonar o barco para apoiar Pinheiro.

E neste processo não poderia ser diferente. A sucessão de Deucimar Silva começou marcada por uma manobra, um casuísmo, quando a Câmara de Cuiabá decidiu antecipar para amanhã a eleição da Mesa Diretora. Em sessão realizada hoje, em segunda votação, apenas o vereador Lúdio Cabral (PT) votou contra a manobra. Ou seja: o tiro do grupo liderado por Cabral, em antecipar as eleições, de 7 de dezembro para 25 de agosto, saiu pela culatra.

Para consolidar a manobra, os vereadores alteraram o artigo 12 da Lei Orgânica Municipal (LOM). Os vereadores Paulo Borges Júnior (PSDB), Pastor Washington (PRB) e Domingos Sávio (PMDB) que, na primeira votação, foram contrários à mudança, na sessão desta terça-feira votaram a favor, segundo informa o site O Documento.

Com objetivo de garantir a vitória de Júlio Pinheiro, os vereadores Leve Levi (PP), Edivá Alves (PSDB) e Néviton Fagundes (PRTB), titulares, devem reassumir suas cadeiras na sessão de amanhã. Leve Levi reassume  na vaga de Juca do Guaraná (PRTB); Edivá, secretário de Trânsito e Transporte Urbano da Capital, retorna porque o suplente Roosevelt Coelho está de licença; e o professor Néviton deixa a secretaria de Esportes e Cidadania para impedir que o suplente Ademir Xavier (PMDB) vote em Cabra.

Se se confirmar esse quadro, o grupo liderado pela dupla Deucimar-Adevair Cabral sofrerá um forte revés. Só para lembrar: Advair era secretário municipal de Cultura e dava como certa a sua vitória até Galindo agir fortemente nos bastidores e mudar o quadro sucessório, pois uma derrota do Alencastro poderia refletir de forma negativa na campanha de Wilson Santos (PSDB), candidato ao governo do Estado pela oposição.

Mais informações em instantes/Primeira atualização às 23h51