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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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Procurador revela detalhes sobre tentativa de assalto

O procurador de Justiça Paulo Ferreira Rocha, que sofreu uma tentativa de assalto à mão armada no início da noite de terça-feira (31) quando entrava na garagem do prédio onde reside, em Cuiabá, recebeu a reportagem do Olhar Direto em seu gabinete e revelou com exclusividade detalhes da abordagem, que terminou em troca de tiros.


Rocha conta que, da direção de sua Hillux prateada, esperava o portão eletrônico abrir totalmente para adentrar o condomínio Ravena Park, localizado no bairro Duque de Caxias. De repente, ouviu um homem gritar “Abre! Abre! Abre!”em sua janela, ao mesmo tempo em que batia com uma arma no vidro.

No mesmo condomínio também residem pessoas públicas como o ex-prefeito e andidato a governador Wilson Santos (PSDB), o desembargador Orlando Perri, ex-corregedor geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso; familiares do ex- procurador geral de Justiça Paulo Prado, atual chefe do Gaeco (Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado); e Nilson Teixeira, empresário do ramo de combustíveis em Mato Grosso.

Em princípio, os que testemunharam ou logo foram informados da ação criminosa suspeitaram que abordagem talvez não fosse um simples assalto. Afinal, o procurador tem em seu currículo muitos processos, por exemplo contra João Arcanjo Ribeiro, vários deputados, ex-deputados, homens do Judiciário e outras ligadas ao crime organizado.

Paulo Ferreira Rocha descreveu o criminoso descreveu o criminoso como alto, magro e com as expressões transtornadas. “O vidro estava fechado, ele gritava para eu abrir. Minha reação no momento foi perguntar ‘abrir o que? Abrir o que?’, desesperado”, contou o procurador.

Com os olhos ainda cabisbaixos por traz das lentes dos óculos, notava-se com facilidade como Paulo Rocha ainda se sentia afetado ao contar sobre o fato. “Quando percebi que o portão já estava totalmente aberto eu decidi entrar. Todos os dias nós ouvimos reportagens, a mídia em geral falando que não devemos reagir, mas na hora não vem nada na cabeça”.

O procurador contou com a sorte. Arrancou em direção à garagem do condomínio, direcionou o carro contra a parede para evitar que o bandido tentasse acompanhar o movimento da caminhonete e jogou o próprio corpo para a lateral. A tentativa era de tentar evitar algum tiro. Nenhum disparo acertou a Hillux. O portão se fechou rapidamente. Um dos guardas do condomínio acionou o mecanismo para o bandido não ter tempo de entrar.

“Foi ai que eu ouvi o pipoco. Uns cinco ou seis tiros. Vi que não tinha sido atingido. Sai do carro e fui em direção ao térreo para saber o que estava acontecendo. Na hora eu fiquei interessado em saber se era algo contra mim. Depois vim a saber que eles - porque havia mais um bandido – já estavam fugindo de outros assaltos”, disse Paulo Rocha, enquanto movimentava as mãos inquietamente, apesar de manter-se com um expressão sempre tranquila.

Ele, que ajudou a combater o crime organizado em Mato Grosso, a prender João Arcanjo Ribeiro, agora era vítima de uma tentativa de assalto. “Agora estou ciente de que foi uma tentativa de assalto. Não imagino que tenha sido um atentado. Mas no momento eu imediatamente me prontifiquei a dar meu nome, meus documentos a polícia, para investigarem tudo”.

Paulo Ferreira Rocha conta que ficou no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Verdão até depois das 00h. Após chegar em casa tentou dormir, mas precisou se medicar. “Ai a gente desmaia. Não sei se ele queria o carro, me fazer refém. Não sei.” O dia a dia fica mais tenso. Ele mesmo conta que como procurador sempre teve o hábito de evitar horários de trânsito a fim de evitar paradas, sempre mudou o curso para não ser previsível. Entretanto, agora é diferente. “A gente sempre pensa que nunca vai acontecer com a gente. Agora estou um pouco melhor. Mas ainda estou transtornado”.

Para o procurador, que já atuou na defesa do Patrimônio Público e na função de Origem – investigar e processar juízes, promotores, procuradores e outros ‘colegas do Judiciário’ – é muito fácil definir que o atual sistema penal é ineficaz. “Está provado por A+B”, resume. Outra conclusão de Paulo Rocha é que o homem de bem, se quiser estar seguro, precisa privar-se da sua liberdade. “Estamos presos atrás de muros e grades e os bandidos a solta. Pior ainda para aqueles que não podem morar em um local com um mínimo de segurança”.

O delegado responsável pelo caso, Francisco Kunzi, afirmou que já solicitou o depoimento do criminoso preso após a tentativa de assalto Entretanto, ele salientou o fato do acusado poder escolher por se manter em silêncio, como já o fez no primeiro momento, falando apenas em juízo. Além disso, segundo o delegado, o bandido também é suspeito de participar de um roubo a um posto de gasolina, no qual um homem foi morto.

Atualizada às 23h04
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