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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo promove curso sobre o funcionamento de um laboratório de reprodução humana assistida

De 1978 para cá – ano de nascimento de Louise Brown, primeiro bebê de proveta do mundo – as técnicas de reprodução humana assistida evoluíram, assim como as pesquisas científicas em torno de células-tronco embrionárias, mas mesmo com as notícias sobre os avanços nessas áreas do conhecimento, pouco se conhece sobre o trabalho dos que atuam nos bastidores das clínicas de reprodução humana assistida.


“O embriologista clínico é o profissional de saúde que trabalha nos laboratórios de reprodução humana e se dedica a realizar, in vitro, a fertilização e o desenvolvimento embrionário inicial para fins terapêuticos e diagnósticos, independentemente de sua formação. É geralmente representado por biólogos, biomédicos, farmacêuticos, médicos e veterinários”, explica o Prof° Dr. Joji Ueno, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo.

No Brasil, a conceituação da profissão de embriologista foi elaborada no ano de 2000, por ocasião da fundação do Pronúcleo - Núcleo Brasileiro de Embriologistas em Medicina Reprodutiva - a primeira sociedade brasileira a congregar estes profissionais e estabelecer objetivos para promover seu fortalecimento ético e científico, visando criar um patamar de qualidade na área.

“Cabe ao embriologista clínico iniciar o cultivo em laboratório dos óvulos e espermatozóides, utilizando técnicas de micromanipulação, fecundar o óvulo e gerar um embrião, que após 2 e/ou 3 dias de desenvolvimento será entregue ao médico para a transferência para o útero materno. As oportunidades de trabalho nesta área incluem, além das clínicas de reprodução humana e bancos de sêmen, as instituições de pesquisa no ramo da biologia, veterinária e genética”, diz a biomédica Luciana Semião Francisco, professora do Curso Aspectos Básicos do Laboratório de Reprodução Humana Assistida, promovido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo.

Um campo de atuação em consolidação

A profissão de embriologista é nova no Brasil. As primeiras clínicas de reprodução assistida do país se formaram no final dos anos 80 e início dos anos 90. Neste começo, muitas vezes, a parte laboratorial do processo foi executada pelos próprios médicos ginecologistas, pois não se encontravam outros profissionais de saúde, principalmente biólogos, que tivessem preparo e formação para a realização da fertilização in vitro de óvulos humanos e procedimentos correlatos.

“Paciência, habilidade manual, concentração, disciplina, ética e estrutura psicológica são pré-requisitos da profissão. O trabalho nos laboratórios é duro. Muitas vezes, os estágios são feitos sem remuneração, exigindo suporte financeiro e disponibilidade para viajar, a fim de atualizar o conhecimento em cursos e congressos médicos internacionais”, afirma Luciana Semião Francisco.

Ao contrário de outras profissões na área da saúde, o mercado de trabalho é bem fechado. “Por uma questão de segurança, a circulação nos laboratórios de fertilização é restrita apenas a dois ou três embriologistas, o que dificulta os estágios. Para que o embriologista atue na área de reprodução humana é preciso um curso de especialização e dois anos de treino. Só depois disso, pode-se manipular com segurança gametas e pré-embriões. A grande dificuldade é o treino, pois não se pode colocar em risco o material do casal em tratamento", explica a professora do Curso Aspectos Básicos do Laboratório de Reprodução Humana Assistida, promovido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo.

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