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Sábado, 27 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Grupo brasileiro cria célula-tronco sem o embrião

Pesquisadores do Rio de Janeiro anunciaram a obtenção de células-tronco pluripotentes induzidas, conhecidas pela sigla em inglês iPS. É a primeira vez que essas células, que não dependem de material do embrião humano para serem construídas geneticamente, são criadas por um grupo de pesquisa do Brasil.


Assim como as células-tronco embrionárias humanas, que nos próximos meses vão ser testadas em dez pacientes nos Estados Unidos, as iPS podem se transformar em qualquer tipo de tecido humano, por isso, são pluripotentes.

A técnica para fazer as iPS envolve reprogramação de DNA. O grupo coordenado pelo neurocientista Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), obteve as novas linhagens celulares ao manipular quatro genes de células de rim humano.

A interferência genética por meio de vetores virais faz uma espécie de reprogramação na célula. Com isso, ela deixa de ser uma célula de rim e passa a ter as características de uma célula pluripotente.

"No curto prazo, uma aplicação para essas células é o teste de fármacos", disse à Folha Rehen. O grande objetivo dos pesquisadores é fazer protocolos bastante específicos, que podem até ser individuais. As células de um paciente, por exemplo, podem ser reprogramadas em laboratório. "Um teste, neste caso, pode mostrar que apenas uma droga específica funciona naquele neurônio que acabou de ser criado."

Segundo reportagem publicada no sábado (24) pelo jornal "O Estado de S. Paulo", os próprios cientistas admitem que, apesar do avanço anunciado agora, isso não significa que os estudos com as células-tronco embrionárias humanas podem ser abandonados. A obtenção desse tipo de célula é polêmica, pois depende da morte de um embrião humano.

O grupo carioca, que contou também com a participação do INCa (Instituto Nacional de Câncer), já tentava desde o ano passado dar esse passo tecnológico importante na área da genética, como publicou a Folha em outubro. Há mais de três anos, os pesquisadores da UFRJ acumulam conhecimento em cultivo celular.

Agora, além do Brasil, Japão, Estados Unidos, Alemanha e China dominam a técnica. Os japoneses foram os pioneiros na obtenção da iPS.

Os pesquisadores do Rio de Janeiro, além da linhagem gerada pela reprogramação de células do rim humano, conseguiram também desenvolver, ao mesmo tempo, uma outra família de células iPS. Esse outro grupo foi obtido a partir de fibroblastos (células jovens) da pele de camundongos.
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